Por SELES NAFES
Uma menina de Macapá viveu anos de terror nas mãos de quem deveria protegê-la e educá-la. Ao ser levada pelo pai biológico sem o consentimento da mãe após a separação, a garota passou ser molestada e estuprada, num verdadeiro inferno que durou quase uma década. Hoje, ele foi finalmente preso.
A Polícia Civil do Amapá, que solicitou a prisão preventiva, não divulgou o nome do acusado, mas o Portal SN apurou que se trata de Eldo dos Santos Martins, de 37 anos. Ele é natural de Afuá (PA), mas morava na cidade amapaense de Santana, a 17 km de Macapá, onde fazia pequenos bicos.
Na separação, ele acabou levando a menina de três anos com ele. A mãe contou na polícia que só voltou a ver a menina quando ela já tinha 8 anos.
“Depois da separação, ele levou a menina para morar com ele em localidades do interior”, explica a delegada de Repressão a Crimes Contra Criança e o Adolescente, Katiuscia Pinheiro, que conduz as investigações.
Cólica sem menstruação
Segundo relato da menina, os abusos teriam começado já aos três anos, e com o passar dos anos foram ficando piores. Aos oito anos, o pai completou a conjunção carnal. Foi nessa época que ele retomou o contato com a mãe da menina, e os dois concordaram em compartilhar a criação dela.
“Quando a menina ficava com a mãe, ela se queixava de dores como se fossem de cólica, mas a mãe perguntava como ela tinha cólica se ainda nem menstruava. Ela nem desconfiava do que vinha acontecendo”, comentou a delegada.
Aos 12 anos, a garota decidiu relatar à irmã mais velha tudo o que acontecia com ela. A irmã procurou a mãe.
“Ela chegou a ligar para ele, que negou tudo”, lembra a delegada.
Depois de ser confrontado pela mãe, que procurou a polícia imediatamente, Eldo decidiu mudar de endereço várias vezes. Por isso, a delegada Katiuscia Pinheiro decidiu pedir a prisão preventiva dele usando como fundamento a necessidade de aplicação da lei penal, além de se tratar de um crime extremamente grave.
Eldo negou os crimes em depoimento, e ficou de ser apresentado ainda hoje em audiência de custódia. Ele não tem antecedentes criminais, mas uma sobrinha informou a polícia que ele tentou estuprá-la quando ela era criança.
O crime só não foi consumado porque ela gritou e foi socorrida por parentes.
“Ele foi expulso da casa, mas os parentes decidiram não registrar boletim de ocorrência contra ele”, informou a delegada, que já concluiu o inquérito e vai encaminhar o caso ao Ministério Público.