Por RODRIGO DIAS
A dor é imensurável, mas a espera de uma família de Macapá por justiça chegou ao fim. Quase quatro anos após o crime, Edigelson Andrade da Silva, conhecido como Ed Sorvetinho, de 26 anos, foi condenado por homicídio triplamente qualificado e fraude processual pela morte de sua esposa, Ingridy Cordeiro da Silva, de 27 anos, que estava grávida e foi assassinada com um tiro na cabeça.
Edigelson cumprirá 27 anos, quatro meses e dois dias de reclusão, além do pagamento de multa. A sentença foi proferida pelo juiz Murilo Augusto de Faria Santos após o julgamento realizado na última quinta-feira (24), na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Macapá.
O júri popular considerou o crime como homicídio qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima, além de caracterizar feminicídio. A fraude processual foi reconhecida, pois o réu tentou encenar um assalto no dia do crime para distorcer os fatos.
Outro fator levado em consideração foi o fato de Ed, à época do crime, estar cumprindo pena em regime aberto domiciliar por furto e tráfico de drogas.
A decisão ressaltou ainda que o crime brutal trouxe agravos psicológicos para os familiares, especialmente para as filhas da vítima. Uma delas desenvolveu pânico de notícias sobre violência.
A acusação foi representada pelo promotor Benjamin Lax, com o apoio dos advogados Marcelino Freitas, Paulo Sá, Renato Nery e Ana Beatriz.
“A decisão do conselho de sentença foi acertada, eles acolheram integralmente a tese acusatória. Foi um julgamento muito doloroso, e com as provas dos autos, conseguimos alcançar a verdadeira justiça. Infelizmente, isso não traz a vida da vítima de volta, mas tenho certeza de que oferece algum alento para a família enlutada,” declarou o advogado Renato Nery.
O caso
Ingridy Cordeiro da Silva foi assassinada com um tiro na cabeça na noite de 11 de dezembro de 2020, dentro de seu apartamento no Conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá.
Edigelson confessou ter efetuado o disparo, mas tentou modificar a cena, informando aos vizinhos que se tratava de um assalto. Na ocasião, chegou a levar a esposa ao hospital, mas não a acompanhou até o atendimento e fugiu em seguida.
Dois anos após o crime, Ed foi localizado em uma igreja em Vila Cabanos, em Barcarena (PA). Ele participou do julgamento de forma virtual.