Por RODRIGO DIAS
Uma nova história começou a ser escrita na vida de Clara Thalia Oliveira, de 27 anos, que foi nomeada nesta terça-feira (11) junto com outros 253 servidores públicos que irão reforçar a segurança pública no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
A conquista, que representa a realização de um sonho de infância, ganhou um significado ainda maior diante da recente tragédia que abalou sua família.

A nomeação dos 250 policiais penais e 4 educadores sociais faz parte da segunda turma convocada pelo governo do Amapá para o Iapen. Fotos: Rodrigo Dias
Clara perdeu sua mãe em um latrocínio no Ceará, no dia 29 de julho de 2024. O crime, que também deixou seu padrasto paraplégico, ocorreu durante um assalto em um hotel.
A dor da perda se intensificou com a coincidência da convocação para o Iapen no mesmo dia da tragédia.
“Foi um momento muito difícil. No dia 30, eu tinha que estar no núcleo de perícia médica para fazer a minha avaliação, para confirmarem que eu sou PCD por eu ter visão monocular. Eu tinha acabado de perder a minha mãe, então eu fiquei muito devastada e não quis ir. Eu ia desistir do concurso nesse momento, mas eu tive uma rede de apoio que me incentivou a seguir em frente”, relata Clara.

Clara: “Perdi minha mãe para o crime, e a partir de agora vou combatê-lo. Tenho certeza que tá orgulhosa de mim onde ela estiver”

Cerimônia de nomeação aumetou efetivo da Polícia Penal do Amapá
A amapaense encontrou na nomeação como policial uma forma de homenagear a mãe e transformar a dor em força para combater a criminalidade.
“É uma forma de reconstruir a nossa família após uma fatalidade. Meu pai já é falecido, e a minha mãe foi vítima de latrocínio. Então, essa nomeação representa um recomeço para nós. Perdi ela para o crime, e a partir de agora vou combatê-lo. Tenho certeza que tá orgulhosa de mim onde ela estiver”, finalizou Clara.
A nomeação dos 250 policiais penais e 4 educadores sociais faz parte da segunda turma convocada pelo governo do Amapá para o Iapen. Durante a cerimônia de nomeação, o governador Clécio Luís reforçou o compromisso de investir na segurança pública para combater as ações do crime organizado no estado.

Clara e sua mãe

Clara Thalia Oliveira: realização de sonho é recomeço após tragédia
“É a maior nomeação de policiais penais e educadores sociais da história. Somada a outra turma que eu chamei, de 144, corresponde a 47% servidores a mais para o Iapen, o que ajuda a penitenciária fazer o seu papel e a combater o crime organizado e as facções”, destacou o governador.
Ele também anunciou que pretende fazer novas nomeações em outros setores, mas “com responsabilidade fiscal”.