Filha revela sonho com a mãe: ‘ela pediu para eu parar de chorar’

Denise ao lado da sepultura da mãe Osmarina, que faleceu aos 73 anos. O movimento foi fraco no principal cemitério de Macapá
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Por SELES NAFES

Neste domingo (11), marcado pelo Dia das Mães e por um céu nublado, o maior cemitério do Amapá, o São José, na zona sul de Macapá, recebeu filhos e filhas que, mesmo sob a chuva fina do início da manhã, mantiveram a tradição de visitar os túmulos de suas mães. A fé e o amor impulsionaram homenagens silenciosas, cheias de saudade e significado.

As formas de relembrar e honrar a memória daquelas que já se foram são as mais diversas. Alguns levam flores, outros limpam e fazem pequenos reparos nas sepulturas. Há quem organize rodas de conversa com os irmãos, compartilhe lembranças e faça orações coletivas. Em certos momentos, o silêncio também é eloquente: sentar ao lado da sepultura e meditar sobre os anos de convivência torna-se um gesto profundo de conexão.

Mas também há formas mais pessoais e íntimas de tributo. Muitos visitantes utilizam o celular para tocar músicas que as mães mais gostavam ou reviver, por meio de vídeos e fotos, memórias marcantes da vida em família.

Dia de movimento fraco no domingo nublado

Tradicional, parentes compram flores…

Uma homenagem marcada pela fé

Entre os poucos visitantes que estiveram no São José neste domingo estava Denise Lima. Ela foi prestar homenagem à mãe, Osmarina Ferreira Lima, que morreu há três anos, aos 73 anos, vítima de um AVC. Para Denise, o momento foi de alívio e espiritualidade — uma oportunidade para acalmar o coração ainda ferido pela saudade.

A dor da perda foi atravessada por uma experiência que Denise classifica como única: dois sonhos com a mãe. No primeiro, Osmarina apareceu com uma aparência perturbadora, lembrando um corpo em decomposição. No segundo, mais recente, a imagem era serena, e Osmarina parecia bem. Foi nesse sonho que Denise ouviu algo que a tocou profundamente.

“Ela pediu para eu parar de chorar”, revelou emocionada.

…mas também prestam outras formas de homenagem. Fotos: Seles Nafes

São José é o maior cemitério da capital

A mensagem foi interpretada como uma resposta espiritual, uma espécie de reencontro antecipado que trouxe conforto e esperança.

“Me confortou saber que ela está em paz”, completou.

Movimento discreto

De acordo com funcionários do cemitério, o movimento neste domingo foi modesto. A maior parte dos visitantes compareceu no sábado, véspera do Dia das Mães. Ainda assim, os que estiveram presentes carregavam consigo o peso da ausência, mas também a força da lembrança e da fé.

No Cemitério São José, cada flor deixada, cada lágrima contida e cada prece sussurrada ecoaram como homenagens silenciosas a mulheres que deixaram marcas eternas no coração de seus filhos.

Seles Nafes
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