Por LEONARDO MELO
A Polícia Civil do Amapá instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o delegado Sidney Leite, acusado de envolvimento com a facção criminosa Família Terror do Amapá (FTA). A portaria que determina a abertura do procedimento foi assinada pelo delegado-geral de Polícia Civil, Cézar Vieira, e publicada esta semana, após comunicação oficial da 3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar de Macapá, que solicitou informações sobre eventuais providências administrativas adotadas após o fim do processo criminal.
O PAD foi instaurado com base na condenação criminal de Sidney Leite, ocorrida em outubro de 2024, quando o delegado foi sentenciado a 10 anos de prisão e perda do cargo público. No entanto, a defesa recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), que, em maio deste ano, manteve integralmente a sentença aplicada pela primeira instância.
Sidney Leite, que por anos comandou a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) da capital, foi um dos alvos da operação Queda da Bastilha, deflagrada em 2022 pelo Ministério Público do Estado e pela Polícia Federal. As investigações tiveram início após a análise de conversas encontradas no celular de Ryan Richelle de Souza Oliveira, conhecido como Tio Chico, apontado como um dos líderes da FTA. O aparelho foi apreendido dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Policiais cumprido mandado dentro do Iapen

Defesa do delegado Sidney Leite diz que há ilegalidades no processo

Comissão terá 60 dias de prazo
De acordo com as investigações, as mensagens indicavam um suposto vínculo associativo entre o delegado e o líder da facção. A defesa do delegado, no entanto, contesta a legalidade das provas obtidas e vem pedindo a anulação de todo o processo.
No âmbito administrativo, o processo disciplinar agora instaurado tem o objetivo de apurar as condutas do delegado sob a ótica funcional e poderá resultar em sanções administrativas, independente da condenação criminal.
A comissão designada para conduzir o PAD é composta pelos delegados Alan Moutinho Albrecht (presidente), Dante José Facchinetti Ferreira e Glémerson Arandes Essi. A comissão terá o prazo de 60 dias para concluir os trabalhos, podendo solicitar diligências e informações a outros órgãos da administração pública.