Da REDAÇÃO
Dois homens investigados por envolvimento em uma rede criminosa de exploração sexual, tráfico de pessoas e comércio ilegal de armas na região de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa foram presos pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (7). A ação ocorreu em Oiapoque, município localizado ao norte do Amapá, e faz parte da Operação Arapuca 2, deflagrada como desdobramento de uma fase anterior da investigação.
Os mandados de prisão preventiva foram expedidos após a PF reunir novos indícios de que os suspeitos, que anteriormente respondiam em liberdade, voltaram a praticar os mesmos crimes pelos quais já haviam sido denunciados. Além disso, as investigações apontam que ambos passaram a atuar também no comércio ilegal de armas de origem estrangeira.
De acordo com a delegada federal Vanessa Varela, a operação teve início a partir de denúncias sobre o tráfico de uma mulher indígena para fins de exploração sexual.
“Foi descoberto que a indígena era mantida em cárcere privado, sob ameaças, sendo obrigada a prestar serviços sexuais a pescadores da região”, relatou.
O caso motivou a primeira fase da operação, em dezembro de 2023, quando três pessoas foram presas. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares que, após perícia, revelaram a existência de uma rede de compartilhamento de imagens de adolescentes exploradas sexualmente.

Vários travesseiros em ‘dormitório’ onde as vítimas eram mantidas
Com o aprofundamento das investigações, a PF identificou a reincidência de dois dos investigados, que passaram a integrar um esquema mais amplo de crimes, incluindo o favorecimento à prostituição de menores de idade, o armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil e o tráfico internacional de armas.
“Ao longo da apuração, ficou claro que os presos de hoje praticaram diversos crimes, entre eles tráfico de pessoas, favorecimento da prostituição de crianças e adolescentes, armazenamento e compartilhamento de material pornográfico envolvendo menores, além do comércio ilegal de armas de fogo”, acrescentou a delegada.
A Polícia Federal seguirá com a análise do material apreendido para identificar outros possíveis envolvidos na rede criminosa.