Pedal do amor: mãe adapta triciclo para filha com paralisia cerebral sentir ‘liberdade sobre rodas’

Iniciativa que une esporte e inclusão é de família de Santana, município a 17 km de Macapá.
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Por RODRIGO DIAS

O vento no rosto, a paisagem passando e a sensação de liberdade. Para a dona de casa Madalena Silva, de 47 anos, essa experiência não é apenas um hobby, mas uma forma de vida que ela compartilha com a filha, Ana Maria, de 22 anos.

Juntas, elas pedalam pelas ruas e rodovias de Santana em uma bike adaptada com triciclo, transformando a rotina em uma jornada de superação e alegria.

riciclo adaptado permite que Ana Maria experimente sensação de liberdade e alegria ao lado da mãe.

Mãe de três filhos, Madalena sempre quis praticar um esporte que pudesse incluir Ana, que nasceu com paralisia cerebral e é cadeirante. A oportunidade surgiu em 2018, quando uma amiga a presenteou com um triciclo adaptado, a chave que ela precisava para começar.

A partir desse presente, mãe e filha se juntaram ao grupo de ciclismo Pedal Sem Destino, que já desenvolvia um projeto de inclusão. A iniciativa proporcionou a Madalena não apenas companhia, mas também confiança para sair com a filha.

A prática do ciclismo trouxe uma melhora notável na vida de Ana Maria, tanto no aspecto físico quanto emocional.

Mãe e filha transformam passeio de bicicleta em ato de amor, superação e inspiração para a comunidade

“Ela melhorou para comer, o comportamento, ficou mais animada”, relata a mãe, que pedala com a filha quase todos os dias.

Apesar da alegria, a jornada de Madalena e Ana Maria sobre rodas também enfrenta desafios. A falta de respeito dos motoristas é um problema recorrente, especialmente quando elas saem sozinhas.

“As pessoas não respeitam pelo fato de eu não ter alguém sinalizando para mim. A gente cobra esse respeito dos condutores de veículos, para nos verem na rua e nos deixarem passar”, destaca Madalena.

Ela também pede mais atenção das autoridades para a criação de ciclovias, faixas de sinalização e placas que garantam a segurança de todos.

Madalena conta que a iniciativa ajuda a mostrar aos jovens a importância de valorizar a vida e a se conscientizarem sobre a inclusão

O esporte se tornou ainda uma forma de inclusão para jovens com TDAH e paralisia. O projeto “Pedalando com as Escolas” leva o ciclismo a diferentes municípios e estados, servindo de inspiração para outras pessoas.

Madalena conta que a iniciativa ajuda a mostrar aos jovens a importância de valorizar a vida e a se conscientizarem sobre a inclusão. Ao visitar uma escola e compartilhar sua história, a atenção dos alunos muda completamente.

“Pedal do Amor” mostra como pequenos gestos podem gerar grandes mudanças na vida de pessoas com deficiência

“É uma maneira de ajudar outras pessoas e também de conscientizar os jovens que não querem levar a vida muito a sério, de que a gente pode ter vários meios de vida diferentes”, conclui.

Seles Nafes
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