CÁSSIA LIMA
Está marcado para segunda-feira, 22, na 1ª Vara do Tribunal de Júri de Macapá, o início do julgamento do ex-mister Amapá, Sérgio Luiz, 21 anos. Ele é acusado da morte do servidor público e carnavalesco Francisco das Chagas Pereira Ferreira, 49 anos. A defesa alega que o réu não teve intenção de matar.
O crime ocorreu no dia 30 de maio de 2015 na casa da vítima, de acordo com investigação da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe). A polícia encontrou o corpo abandonado pelo assassino no Conjunto Alphaville, no Distrito da Fazendinha, na manhã do dia 1º de junho. A vítima estava sem roupa e com um ferimento na cabeça.
O acusado, Sérgio Luiz, que foi mister Amapá, confessou o crime e disse que, à época, estava sob efeito de drogas e perdeu o controle durante uma discussão com a vítima que morreu com uma ‘gravata’. De acordo com a polícia, ele teria usado o carro da vítima para ‘desovar’ o corpo e transportar objetos da casa do carnavalesco.
Desde então, o mister continua preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Ele é acusado de homicídio qualificado, crime de furto e ocultação de cadáver. Segundo a defesa, ele não matou de forma intencional.
“Ele não teve intenção de matar a vítima, apenas é que no momento íntimo ele aplicou o golpe para satisfazer suas vontades sexuais, e acabou ocorrendo essa tragédia. Vamos trazer ao público a verdade real dos fatos”, destacou o advogado de defesa do mister, Osny Brito.
Mesmo antes do julgamento, o advogado já pediu desaforamento no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) e ainda continua aguardando a resposta de um recurso para a libertação do réu no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Protestamos pela nulidade do julgamento porque entendemos que ele não terá um julgamento justo em face de a vítima ser uma pessoa muito conhecida. Esse júri é nulo. Sua imparcialidade está comprometida”, defendeu Osny.
Julgamento
O júri está marcado para começar às 8h no Tribunal do Júri. Esta será a primeira audiência do caso que já ouviu o réu durante o processo de instrução ainda em 2015. O juiz do caso é o João Guilherme Lages.
O julgamento inicia com o sorteio dos jurados que irão compor o Conselho de Sentença. Serão ouvidas oito testemunhas, quatro de acusação e quatro de defesa e por último ocorrerá o interrogatório do réu.
Após os testemunhos, o promotor do caso, Eli Pinheiro, terá uma hora e meia de sustentação oral seguida pelo mesmo tempo para defesa, no caso, para o advogado Osny Brito. Há possibilidades de réplica e tréplica para finalmente ser pronunciado o termo da sentença. A expectativa é que o julgamento prossiga até a noite.