SELES NAFES
A partir do dia 2 de outubro, os servidores do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) irão dar expediente em horário único: das 7h30min às 14h30min. A decisão, do presidente Carlos Tork, pretende alcançar economia, especialmente com a conta de luz e gastos com pessoal, e faz parte de um pacote de medidas para tentar recuperar a capacidade de investimento da infraestrutura do Judiciário.
A mudança de horário não afetará o atendimento nos fóruns, onde os horários continuarão os mesmos.
“A gente acha que em razão da tecnologia da informação e da capacidade dos nossos servidores não perderemos produtividade”, ponderou o presidente na terça-feira (5), durante um bate-papo informal com jornalistas de web, rádio e jornais impressos.
A adoção de um único horário é uma prerrogativa prevista pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2010. Com o fim do expediente na parte da tarde, o tribunal alega que irá reduzir a conta de luz e a quantidade de cargos comissionados e de estagiários.
“Infelizmente esse é o impacto social, essas pessoas terão de procurar novos caminhos. Mas, por outro lado, também terá o impacto positivo sobre a qualidade de vida do servidor. Mais de 300 servidores serão beneficiados”, ponderou o presidente na terça-feira (5), durante um bate-papo informal com jornalistas de web, rádio e jornais impressos.
O horário único também forçará uma mudança na conduta dos servidores, principalmente para aqueles que cuidam de tarefas domésticas durante o horário de expediente.
“Eu tenho servidor aqui que toma café, almoça e vai buscar o filho na hora de trabalho. (…) Por isso que estabeleci o mês de setembro para os servidores se adaptarem. Eles terão a tarde para cuidar do corpo, da vida… Somos bem remunerados para dar a nossa contribuição”, justificou Tork.
Mas a principal mudança será nas finanças. Hoje, a sede do Tribunal de Justiça do Amapá, localizada na Rua General Rondon no cruzamento com a Avenida FAB, no Centro de Macapá, tem uma conta de luz de aproximadamente R$ 400 mil.
Carlos Tork também deixou claro que o Judiciário precisa recuperar sua capacidade de investimento, sobretudo para concluir obras e realizar reformas. Ele citou como exemplo o Fórum Leal de Mira, em Macapá, que já tem 20 anos de uso, e a necessidade de terminar a obra do Juizado Especial (na Avenida Raimundo Álvares da Costa), o que representaria uma economia de R$ 1 milhão com aluguel.