Tjap começa a implantar novo método para solucionar conflitos familiares

Para implantação da nova forma de conciliação, servidores deverão passar por treinamento
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ANDRÉ SILVA

O Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) promoveu na tarde desta terça-feira (12) um workshop sobre o método de conciliação denominado “constelações familiares”. No evento, foram simulados casos reais onde a platéia pôde interagir. A ideia é tornar o método, já utilizado em outros estados, como parte da resolutividade de conflitos familiares atendidos pelo órgão.

O método foi desenvolvido pelo pesquisador alemão Bert Hellinger que, após observar o comportamento de diversas famílias, percebeu que todas as ações do indivíduo perpassam pelas experiências vividas no seu clã familiar e que elas se repetem na sua e em outras gerações. O termo “constelações” se refere ao grupo familiar que cada indivíduo faz parte.

Servidores acompanharam simulação. Fotos: André Silva

A promotora de justiça Silvia Canela falou que o objetivo é mostrar que a técnica já utilizada em outros tribunais do país pode ser aplicada no Amapá. Para que seja utilizada é necessário que os servidores da Justiça passem por treinamentos.

“É uma terapia breve não convencional que tem um efeito fantástico de fazer um movimento na alma familiar e buscar a cura que não se consegue com terapia, nem com uma sentença”, defendeu a promotora.

A facilitadora Marilise Einsfeldt explicou que a programação é uma continuidade do curso que iniciou em agosto e terminou nesta quinta. Ela explica que o método é uma terapia breve para que a pessoa se conheça.

Promotora Silvia Canela: método é uma terapia breve

“É uma terapia onde a pessoa vê o seu conflito e ela mesma pode encontrar a solução. Diferente de uma terapia convencional em que um terapeuta acompanha o paciente por muito tempo, conduzindo-o para onde ele quer”, explicou.

Mauri Kelia, de 23 anos, participou da demonstração de casos. Ela representou uma filha que presenciou a morte da mãe, assassinada pelo pai. A jovem contou que se identificou em parte com a história porque presenciou muitas cenas de violência dentro de sua família.

“Tive uma infância muito difícil porque tinha um pai muito violento dentro de casa. Ele batia muito na minha mãe e eu presenciei isso. É claro que, diferente deste caso, felizmente a minha mãe não morreu” relatou.

Seles Nafes
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