Chefe da Agência Nacional de Mineração está entre os presos pela PF

Tiago da Justa Ribeiro é sobrinho do ex-deputado federal Antônio da Justa Feijão, que está preso no Iapen
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SELES NAFES

O atual superintendente da Agência Nacional de Mineração (AMN), o antigo DNPM, Tiago Justa Ribeiro, está entre os presos pela Polícia Federal do Amapá, nesta quinta-feira (15). Ele é sobrinho do ex-deputado federal Antônio da Justa Feijão, que, segundo a PF e o MPF, seria um dos chefes da organização que explorava ouro ilegalmente no interior do Estado, e comandaria um escritório de propinas dentro da agência.

O ex-parlamentar, que é geólogo e empresário, foi superintendente do DNPM em 2013. De acordo com as investigações, ele teria influenciado na nomeação dos diretores que o sucederam, além de atuar numa suposta indústria de propinas dentro da agência, que é encarregada de autorizar e fiscalizar a atividade minerária.

Advogado Maurício Pereira: ilação. Foto: Arquivo/SN

Feijão está com a prisão preventiva decretada e foi conduzido para o Iapen. A defesa do ex-deputado federal diz que não há provas materiais contra ele.

 “São evasivas (as provas). Não tem materialidade fundamentada contra ele. Todos sabem que ele é ligado à área minerária e é muito respeitado como autoridade nesse assunto”, retrucou o advogado Maurício Pereira.

Cumprimento de mandado de busca na casa do ex-deputado Badú Picanço. Foto: Olho de Boto

Sobre as interceptações telefônicas que, segundo a PF colocam Feijão como um dos chefes da organização, Maurício Pereira acha que há um equívoco.

“É uma ilação feita sobre uma conversa interceptada entre o Romero (Peixoto, ex-superindente do DNPM) e um diretor da Cogal. É uma justificativa dada pelo Romero que foi substituído, foi um comentário com ranço e ódio. (…) Esse diretor tem com o Feijão uma animosidade”, acrescenta.

As operações “Minamata” e “Estrada Real” investigam exploração de ouro nos municípios de Tartarugalzinho e Calçoene. Neste último, os crimes são de usurpação de bem da União (ouro), crimes ambientais, trabalho escravo e corrupção entre servidores da ANM e diretores da Cooperativa de Garimpeiros do Lourenço (Cogal).

Promotor Moisés preso na primeira fase da operação, em novembro

Além de Feijão, tiveram as prisões preventivas decretadas na Minamata:

Ex-deputado federal Badú Picanço

Tiago da Justa Ribeiro, superintendente da ANM

Evandro dos Santos Oliveira

e Sebastião Chagas Carneiro, estes últimos diretores da Cogal.

Em novembro, foram presos o promotor aposentado do MP, Moisés Rivaldo; o ex-prefeito de Oiapoque, Miguel Caetano; o vereador Piaba (Calçoene); o ex-superintendente do DNPM, Romero Peixoto, entre outros.

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