DA REDAÇÃO
O Ministério Público Federal (MPF) pede a condenação da deputada federal Jozi Araújo, presidente da Federação das Indústrias do Amapá (Fieap), sete sindicatos e outras oito pessoas, por enriquecimento ilícito e dano ao erário. A ação pede também o ressarcimento de R$ 300 mil aos cofres públicos.
De acordo com o MPF, o dinheiro é decorrente de contribuições sindicais, e foi arrecadado pela Fieap entre 2013 e 2017, após irregularidades que envolveram a criação de sindicatos e empresas fantasmas para eleger a presidência e administração da entidade, controlada politicamente pela deputada federal.
Segundo a investigação, para eleger Jozi Araújo presidente da Fieap e toda a administração da entidade, foram constituídos cinco sindicatos aos quais estavam vinculadas empresas de fachada. Dentre os sindicatos, quatro estão registrados no mesmo endereço; dois, têm como sócios-administradores João Mariano do Nascimento e Josevaldo Araújo Nascimento, respectivamente pai e irmão de Jozi Araújo. Nenhum deles possui código sindical ou qualquer registro de empregados, além de não existirem nos endereços declarados junto aos órgãos estatais.
O MPF constatou também que os sindicatos foram constituídos sem preencher os requisitos legais apenas para viabilizar a escolha da presidente e da diretoria da Fieap. A atuação do grupo resultou em enriquecimento ilícito e causou prejuízo de R$ 336.878,43 aos cofres públicos.
Além das condenações, a ação pede o impedimento de voto ou composição de chapa pelos sindicatos constituídos mediante fraude, segundo o MPF. As eleições na Fieap estão programadas para 16 de maio. O Ministério Público Federal pede também a suspensão do pleito.
A reportagem não conseguiu contato com a deputada federal.
Intervenção
Em 2013, quando teve início a atual gestão da Fieap,foi determinada intervenção no Senai e no Sesi, afastando a Fieap da gestão dos referidos órgãos patronais, que, desde então, vêm sendo alvo de inúmeras irregularidades, conforme aponta relatório da Controladoria Geral da União.