Justiça decide proibir festas e consumo de álcool em Laranjal do Jari

Decisão leva em conta situação de calamidade após nova elevação do Rio Jari
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DA REDAÇÃO

Uma decisão de Justiça do Amapá publicada na quinta-feira (17) está proibindo por 5 dias a venda de bebida alcoólica e a realização de festas no município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá.

A deliberação, proferida pelo juiz Zeeber Lopes Ferreira, titular da Comarca da Laranjal do Jari, ocorre por conta da situação de calamidade pública decretada após o alagamento na cidade após a nova elevação do Rio Jari na última segunda-feira (14).  

Está proibida a comercialização, o transporte, a distribuição e o consumo de bebidas alcoólicas nas áreas alagadas e a utilização de equipamentos de som fixo ou móveis, bem como a promoção de festas, eventos e reuniões comemorativas nas regiões afetadas.

Em casos de desobediência, os estabelecimentos flagrados serão fechados. Os órgãos de segurança nacional, estadual e municipal realizarão a fiscalização para o cumprimento da decisão judicial.

Moradores fazem festa em área alagada: riscos para a saúde e segurança. Foto: reprodução

Festa, doenças e calamidade pública

Na última quarta-feira (16), foram divulgadas nas redes sociais fotos e também vídeos de um grande número de pessoas participando de uma festa de aparelhagem em uma região alagada, na Avenida Tancredo Neves, no Bairro Malvinas. A multidão aparenta não se importar com os riscos à saúde a que se expõem e até jogam água umas nas outras.

O ato foi considerado imprudente pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), que avaliou que houve exposição a um alto risco de contaminação por doenças de veiculação hídrica, como febre tifoide, leptospirose, verminoses, doenças da pele, escabiose, dentre outras.

Abastecimento de água, pessoas desabrigadas e desalojadas estão entre os problemas produzidos pela cheia. Foto: Secom

Ainda na quinta-feira (17), o Ministério Público havia emitido uma recomendação de toque de recolher em Laranjal do Jari, também levando em consideração a situação de calamidade pública. De acordo com a Defesa Civil Estadual, houve nova elevação de 2,77m na quinta. 

A enchente já deixou 344 pessoas desabrigadas e 747 desalojadas. Foram também registrados nos últimos dias, casos de agravo de saúde. São 827 casos de doenças diarreicas, 7 casos de doenças de animais peçonhentos, 5 de pneumonia e 3 de hepatites. 

Seles Nafes
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