DA REDAÇÃO
A Justiça do Amapá concedeu nesta quinta-feira (24), liberdade provisória para os quatro policiais militares acusados de matar, no dia 22 de março, o ex-detento William Natividade Silveira, então com 27 anos. Os réus estão presos no Quartel da Polícia Militar, e devem deixar a cadeia ainda nesta quinta.
De acordo com o advogado Charles Bordalo, com a decisão, os alvarás de soltura devem estar sendo expedidos, para a saída de seus clientes. Ele informou que na sexta-feira (25), haverá uma audiência de instrução e julgamento dos vários pedidos da defesa para perícias, inclusive, das filmagens utilizadas como prova. Para Bordalo, houve manipulação da imagem.
“Queremos também que apresentem as testemunhas que assistiram a esse episódio, inclusive, as pessoas de bem que acionaram a polícia para deter o indivíduo, que estava armado. Infelizmente, ele preferiu tentar contra a vida de um dos policiais, que foi obrigado a tentar contra a vida dele”, justificou o advogado.
Os militares foram presos após uma operação no dia 22 de março, em uma área de pontes no Bairro Congós, na zona sul de Macapá. De acordo com os PMs, o criminoso Willian Natividade Silveira resistiu à prisão e tentou empunhar uma arma para atirar contra um policial. Ele acabou sendo alvejado e morreu no local.
A ação foi criticada pelo Ministério Público, que fez denúncia por homicídio e fraude processual e pediu a prisão dos quatro policiais que atenderam à ocorrência. Eles tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia 28 de março.
Colegas de profissão do grupo chegaram a realizar manifestações de apoio aos policiais.
Natividade era considerado pela polícia um criminoso de altíssima periculosidade, e respondia por vários assaltos. Ele foi capturado depois de se atirar em um lago. Depois disso, foi levado para dentro da casa dele, onde ocorreu o disparo.
Parentes do ex-detento dizem que ele foi executado, e que a bermuda que usava foi trocada, para eliminar provas. A família afirma ainda que a arma citada pelos PMs foi plantada na mão do criminoso.