Empresário financiado por chineses para desmatar é condenado a 12 anos

Em depoimento, o empresário confirmou o recebimento de pelo menos R$ 10 milhões dos estrangeiros
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DA REDAÇÃO

O sócio da empresa Pangea Mineração, Silvio Veriano Porto, foi condenado pela Justiça Federal a 12 anos e nove meses de prisão em regime fechado.

A condenação é decorrente das investigações da operação Pantalassa, que investigou um esquema milionário de extração ilegal de madeira no Amapá, financiado por empresários chineses.

De acordo com a denúncia e investigação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), Porto é o líder da organização criminosa, acusada de desmatamento ilegal e pagamento de propina. 

A sentença foi publicada no dia 19 de julho e divulgada pelo MPF na quarta-feira (25).

Além de empresas, o Imap também foi alvo da operação. Foto: arquivo SN

Investigação

O inquérito aponta que o sócio da Pangea coordenou a abertura irregular de um ramal de mais de seis quilômetros, no município de Pedra Branca do Amapari (AP).

O ramal resultou no desmatamento de uma área de seis hectares. O financiamento da atividade veio de investidores chineses, que tinham o objetivo de acessar uma área que seria utilizada para extração mineral. Em depoimento, o próprio Sílvio confirmou o recebimento de pelo menos R$ 10 milhões dos estrangeiros. Os pagamentos eram feitos em espécie ou em contas de terceiros.

Com o objetivo de regularizar a atividade, o empresário pagou propina a servidores do Instituto de Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá (Imap). O pagamento tinha a intenção de acelerar os processos em trâmite no órgão e conseguir as licenças necessárias para a abertura do ramal. No depoimento à Justiça, Sílvio confirma o pagamento da vantagem indevida aos servidores e dá detalhes de como ocorria a negociação

Prisões

Além do empresário Sílvio Porto, outras 12 pessoas foram denunciadas na operação Pantalassa. Entre eles o intermediário Edivan Gomes, dois chineses financiadores das atividades e servidores do Imap.

As denúncias foram feitas em ações distintas e aguardam julgamento. Sílvio também responde judicialmente por crimes descobertos na operação Quantum Debeatur, que apurou a concessão e transferência ilegal de Créditos de Reposição Florestal.

Foto de capa: arquivo/ilustração

Seles Nafes
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