SELES NAFES
As eleições no Amapá não entraram no chamado “terceiro turno” apenas para o PSB, que tenta anular a eleição para o Senado. No PSC, a briga entre o ex-presidente estadual da legenda, o pastor Valdenor Guedes; e o atual, deputado estadual Pedro Da Lua, foi parar na Justiça e na Polícia Federal, com pólvora suficiente para implodir a eleição de um dos deputados federais eleitos pelo grupo.
A crise começou quando o pastor Valdenor Guedes, que também é dono de emissora de rádio, denunciou na Polícia Federal que teriam falsificado uma assinatura sua em um dos documentos usados para registro dos candidatos da coligação do PSC com o PP e outros partidos.
Um exame grafotécnico confirmou não ser a assinatura de Valdenor Guedes num dos documentos de prestação de contas. O laudo, no entanto, abriu um parêntese para a possibilidade de “autofalsificação”, ou seja, de o próprio Valdenor Guedes ter tremido a mão na hora de assinar o documento.
É nessa tese que se baseia a defesa de Da Lua no processo. O Portal SN ainda não conseguiu ouvir o pastor Valdenor Guedes.
“Ele deu uma ‘tremidinha’ para dizer na frente que era falsificada. Até porque ele assinou 32 páginas de prestação de contas (foto de capa) que nós pagamos a multa de R$ 30 mil para ele ficar limpo e o partido também. Com esse ato ele está dizendo que o partido não prestou conta”, defende-se o deputado, responsável pela aliança do PSC com os demais partidos da coligação.
“A expectativa gerou patrocínio de quem pode entrar. Eu aviso: não façam isso, não gastem seu dinheiro, porque nem parte no processo o Valdenor Guedes é”, advertiu o deputado.
Recentemente, o PR teve negado o pedido para entrar num dos polos da ação. Em caso de uma possível anulação dos votos do PSC, o deputado reeleito André Abdson não alcançaria o coeficiente de votos, o que beneficiaria a candidata Patrícia Ferraz, do PR.
Vingança política
O deputado Pedro Da Lua, que no ano que vem voltará a apresentar programa de televisão após a derrota na corrida por uma vaga de deputado federal, diz que Valdenor Guedes é motivado por vingança política, já que a coligação liderada por Davi Alcolumbre (DEM) não teria permitido que o pastor concorresse ao cargo de senador.