SELES NAFES
A eleição que escolheu por aclamação o novo presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), nesta quarta-feira (28), foi inédita. Pela primeira vez, a ordem de precedência não foi concretizada por uma razão também inédita: o desembargador Manoel Brito, que estava na vez pela ordem do rodízio, abdicou da indicação.
Brito alegou problemas de saúde para não assumir, e apresentou antes do processo de escolha uma carta onde renunciava ao direito de administrar e concorrer a qualquer cargo eletivo no tribunal. O documento foi uma surpresa para muitos servidores, já que o desembargador vinha de uma bem-sucedida gestão à frente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP).
Tradicionalmente, as escolhas no Tjap são feitas por aclamação obedecendo a antiguidade de nomeação dos desembargadores. Por essa ordem, depois de Manoel Brito, o próximo na linha de sucessão seria João Guilherme Lages, aclamado ontem por unanimidade com após renúncia.
Lages é visto como um magistrado moderno e preocupado com a relação entre o Judiciário e a sociedade. Quando era presidente do Tribunal do Júri, função que ocupou por vários anos, o magistrado conduzia de forma professoral as audiências, e fazia questão de aplicar com paciência à plateia e jornalistas todos os trâmites de um processo de julgamento. Também é considerado um juiz aberto ao diálogo com os servidores.
João Guilherme Lages assumirá no dia 1º de março para um mandato de dois anos. Pela ordem de precedência, o próximo a ser aclamado será Rommel Araújo e, depois dele, Eduardo Contreras.
Outras disputas
Outro fato inusitado foram as disputas pela presidência do TRE e Corregedoria. Para a Corregedoria, os nove desembargadores tiveram que escolher entre a atual corregedora, Sueli Pini, e o desembargador Eduardo Contreras, que venceu por 6 votos a 3.
Pini também disputou a presidência do TRE junto com os desembargadores Rommel Araújo e Gilberto Pinheiro. Rommel, que já tem experiência na condução de processos eleitores, venceu.
O atual presidente do Tjap, o desembargador Carlos Tork, foi aclamado como novo presidente da Escola da Magistratura.