DA REDAÇÃO
O governador reeleito do Amapá, Waldez Góes (PDT), seu vice na chapa, o empresário Jaime Nunes (PROS) e outras 13 pessoas, entre secretários de Estado, empresários e servidores, são alvo de uma ação judicial do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) por práticas abusivas nas eleições deste ano.
A Ação Judicial de Investigação Eleitoral (Aije) contra o grupo político foi protocolada na quarta-feira (5) e pede a condenação dos envolvidos à inelegibilidade por oito anos e cassação do registro ou do diploma dos candidatos beneficiados.
Waldez Góes, segundo a acusação do MP Eleitoral, teria usado em diferentes ocasiões as prerrogativas institucionais do cargo de governador para beneficiar a própria candidatura.
“Dossiê de acusações”
Com mais de 30 páginas, a peça processual detalha os diferentes momentos quando os abusos teriam sido praticados, tanto pelo governador, quanto por seus apoiadores.
Dentro do “dossiê”, há ainda o registro de testemunhas e provas coletadas durante a campanha eleitoral. Servidores também fizeram denúncias de constantes coações para votar e trabalhar na campanha de Góes.
As coações teriam ocorrido nas secretarias e na Rádio Difusora de Macapá.
Entre as principais denúncias estão:
Amapá Jovem: o programa teria sido executado parcialmente em 2018 apenas para efetuar a distribuição gratuita de renda, pois não houve oferta de atividades.
Super Fácil da Zona Oeste: segundo o MP Eleitoral, a inauguração configurou uso do poder político em prol da candidatura do governador reeleito. A locação do prédio, ainda em 2017, pelo valor de R$ 20 mil mensais, e a contratação de 150 funcionários terceirizados por apenas seis meses demonstram a finalidade de criar fato político transitório favorável a Waldez.
Unidade de Pronto Atendimento da Zona Sul: a cerimônia de inauguração da unidade teria servido para realizar propaganda eleitoral.
PM: na Polícia Militar, Waldez teria promovido sua candidatura durante curso de formação de aproximadamente 300 soldados.
Jaime Nunes
O MP Eleitoral declarou também na denúncia que o então candidato a vice-governador, Jaime Nunes, não hesitou em empregar recursos financeiros para favorecer indevidamente a campanha eleitoral.
As acusações são que Nunes usou funcionários da rede de lojas da qual é proprietário para realizar campanha eleitoral e comprar votos.
Outra questão levantada na ação é a emissora de TV, de propriedade da família de Jaime Nunes, supostamente utilizada para fins eleitorais.
Acusados pelo MP Eleitoral
Os outros 13 acusados das práticas são: Rodolfo Pereira Oliveira Junior e Fábio Araújo de Oliveira, comandante geral da Polícia Militar e delegado de Polícia Civil, respectivamente; os secretários de Estado Maria de Nazaré do Nascimento e Pedro Lourenço da Costa Neto – “Pedro Filé”, além da ex-secretária Joelma de Moraes dos Santos, e o ex-diretor da Rádio Difusora Roberto Nascimento – “Roberto Gato”.
Além deles, os servidores públicos Kleber Picanço Leal, Ronilson Ferreira Ribeiro, Neiva Lúcia da Costa Nunes, Evaldina Maria Mesquita Lacerda, Tandra Maruska Leal Vieira e os empresários Bianca Augusta Veronese e Jaime Nunes Dominguez Filho.
Defesa