Comerciários fazem refeições em meio a mau-cheiro: “É esgoto puro”

Trabalhadores do comércio e autônomos criticam falta de limpeza no espaço que deságua em pleno Rio Amazonas
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Por RODRIGO ÍNDIO

O despejo de esgoto, sem o devido tratamento nos canais que desaguam na orla de Macapá, não é novidade para ninguém. Mas o que vem ocorrendo no Canal da Mendonça Júnior, em pleno centro comercial, vem incomodando comerciantes, funcionários e clientes. 

Comerciantes que fazem e vendem refeiçoes estão despejando água usada, restos de comida e óleo de cozinha dentro do canal que recebe as águas do Rio Amazonas. Mas há outro problema. A comporta não estaria sendo aberta nos últimos meses, impedindo que o canal seja “varrido” pelo rio. 

Na frente da cidade, no Amazonas…

… poluição vinda do canal. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Alguns comerciantes dizem se sentir prejudicados, mas alegam que fazem o despejo por falta de opção. O comerciante Edinilson da Silva, de 40 anos, diz que há cerca de 3 meses ficou mais forte.

“Isso aqui é um esgoto puro. Não tem tratamento, então toda a área comercial aqui no entorno do canal é atingida, o odor é muito forte. Mediante quem trabalha com alimento, principalmente café da manhã e almoço, fica insuportável porque as pessoas querem se alimentar de forma sadia e confortável, mas com a podridão é impossível”, comentou.

Autônomo critica falta de limpeza no canal…

… que seria a razão do odor forte

Mesmo com o odor forte, Roberto Dias, de 45 anos, que trabalha no centro comercial há duas décadas, todos os dias se alimenta no local. 

“Pra comer enfrento tudo, até o fedor. Aqui são anos e anos que prometem que vão solucionar esse problema e nada é feito. É uma questão de saúde pública. Temos um rio enorme e nós mesmos acabamos poluindo, já que não tem nada para inibir essa questão. Basta passar aqui pela orla e vemos o despejo irregular em vários pontos. Pelo visto, vamos conviver com isso para sempre. É lamentável”, comentou.

Apesar do cenário nada convidativo…

 

… trabalhadores do comércio precisam almoçar

Os representantes dos cerca de 20 trabalhadores solicitam alguma medida do poder público para saber o que está acontecendo, e se há uma ordem superior para fechar a comporta para que a maré não entre. A comporta não vem sendo aberta, segundo eles.

O portal SelesNafes.com procurou a prefeitura de Macapá em buscas de esclarecimentos, mas a resposta foi apenas que o Município “vai verificar o que é necessário ser feito no local”. Enquanto isso, a população, e principalmente a natureza, sofrem.

 

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