Marido de deputada do Amapá comandava grilagem, diz PF

Inquérito aponta laranjas e servidores do Incra como participantes de fraudes em processos de regularização fundiária
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Da REDAÇÃO

O empresário Hildegard Gurgel é investigado pela Polícia Federal sob a suspeita de regularizar ilicitamente mais de 7 mil hectares de terras e liderar uma organização que favorecia a grilagem de terras públicas no Amapá.

Nesta quarta-feira (4), foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em Macapá e Santana, na segunda fase da Operação Miríade. Hildegard é marido da deputada federal Aline Gurgel (PRB), que não tem relação com o caso.

O pedido de cumprimento de mandados foi feito pelo Ministério Público Federal e expedido pela Justiça Federal, que autorizou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos.

Segunda fase da Operação Miríades foi deflagrada nesta quarta-feira (4). Foto: Rodrigo Índio/SN

Uso de “laranjas”

Segundo o inquérito, entre os anos de 2013 e 2018, para não chamar atenção de órgãos de investigação em processos de regularização fundiária, pessoas emprestavam os nomes na condição de requerentes para que Hildegard Gurgel conseguisse regularizar terras.

A investigação aponta também que o vereador do município de Santana, Rarison Santiago (PRP), sua esposa e seu tio foram algumas das pessoas usadas como “laranjas”.

Outras 4 pessoas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também teriam participação no esquema. Um deles, é apontado como facilitador da grilagem de mais de 3 mil hectares de terras em troca de cargos na Assembleia Legislativa do Amapá.

Também foram alvo das medidas judiciais mais 7 pessoas que possuem vínculo empregatício com familiares de Gurgel, em órgãos públicos.

Defesa

Veja na íntegra a defesa de Hildegard Gurgel: 

Hildegard Gurgel, por seus advogados, vem se manifestar sobre o cumprimento de mandado de busca e apreensão cumprido na data de hoje pela PF:

1- Respeita-se o trabalho investigativo da Polícia Federal e as intervenções do Ministério Público! Todavia, nenhuma ação estatal pode desrespeitar o devido processo legal e a presunção do estado de inocência;

2- Somente na data de hoje tivemos conhecimento da instauração das investigações e se tivesse ocorrido a intimação para esclarecimentos perante a Polícia Federal ou Procuradoria, seriam prestadas sem qualquer obstrução;

3- As acusações são falsas e partem de premissas equivocadas das autoridades que estão a investigar. Provaremos a inocência no curso do processo e esperamos que a mesma repercussão que se deu para achincalhar a honra do empresário seja dada quando se comprovar a inveracidade da acusação!

4- A conduta empresarial e política de Hildegard sempre foram pautadas no respeito e na ética. As acusações não se sustentam;

A defesa do vereador Rarison Santiago ficou de se manifestar sobre o assunto ainda hoje. 

Foto de capa: arquivo

Seles Nafes
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