“Matou meu tio por causa de cachorros”, diz sobrinha de homem assassinado

Familiares de Hernandes Machado da Costa fizeram um protesto contra a liberdade do acusado, dono de uma padaria nos fundos da casa onde a vítima foi morta em Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

Familiares de Hernandes Machado da Costa, 46 anos, morto com um tiro no olho dentro de sua casa, no Bairro do Buritizal, zona sul de Macapá, promoveram um protesto nesta quarta-feira (27), próximo ao local do crime, ao saber que o principal acusado, mesmo tendo admitido a execução, responderá em liberdade.

Raimundo Cleberson de Souza Pereira, de 45 anos, dono de uma padaria que faz fundos com a casa da vítima, se apresentou à polícia na segunda-feira (25) e entregou um revólver que seria a arma usada no crime. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance defesa da vítima). A polícia pediu a prisão preventiva, mas a Justiça negou.

No momento do protesto houve confusão e a polícia foi chamada. Fotos: Olho de Boto/SN

No momento do protesto, o empreendimento do acusado foi invadido e quebrado por populares. Os parentes ressaltaram que nenhum deles participou da invasão e que o protesto era pacífico.

Laressa da Costa, sobrinha da vítima, informou que o estabelecimento foi quebrado pela população, que compartilhou a indignação da família ao saber que o acusado ficaria livre.

Polícia foi acionada depois que populares teriam invadido o empreendimento do acusado

“Meu tio foi morto dentro da casa dele, assassinado sorrateiramente, ficou dois dias morto dentro de casa. Ele [o acusado] sabia que tinha matado e deixou o corpo lá e continuou fazendo pão e alimentando seus cachorros como se nada tivesse acontecido. Mas a nossa indignação é que ele não foi preso, mesmo confessando. Essa é a nossa revolta, é a revolta da população aqui do entorno, que viu o meu tio crescer aqui e viram ele morrer por um motivo fútil, porque ele tinha 7 cachorros e não deixava o meu tio dormir e ele matou meu tio por causa de cachorros”, indignou-se a familiar.

Arma entregue pelo suspeito que teria sido usada para matar Hernandes

Ele se referia ao motivo pela qual a vítima foi morta, uma banalidade, segundo o delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Homicídios: o incômodo dos latidos dos cães do acusado, que ficavam na parte de trás do empreendimento, de fundos com a casa da vítima. Eles já haviam discutido por conta deste problema.

Ferraz informou que, em depoimento, o acusado contou que momentos antes do crime houve uma discussão entre a sua esposa e a vítima, no momento em que ela foi colocar comida para os cachorros.

Hernandes, segundo a versão do acusado, teria agredido a mulher fisicamente e com palavras de baixo calão. Em seguida, o autor fez três disparos, dos fundos da padaria para dentro da casa da vítima. Um dos tiros atingiu o olho direito da vítima, que morreu na hora. O crime teria ocorrido na manhã do dia 20, entre 7h e 8h. Na tarde do dia seguinte, o corpo de Hernandes foi encontrado.

Seles Nafes
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