Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Moradores, comerciantes e feirantes da Rua Claudomiro de Moraes, umas das principais vias da zona sul de Macapá, reclamam que os serviços da obra de reestruturação estão paralisados há alguns meses.
A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) nega a paralisação total, mas admite a redução drástica dos serviços, devido a fatores como o período de inverno amazônico.
De fato, a chuva tem interferido na obra. Nos pontos de ônibus, onde não foi asfaltado, mas deixado um espaço para a instalação de bloquetes de concreto – para suportar o peso dos coletivos -, a lama se formou com a água das chuvas. Já nos materiais de construção, formou-se limo na superfície após tanto tempo de obra parada e as chuvas.
Para a feirante Eudália Tavares, de 71 anos, a obra é boa e é importante. Mas, ela observou que as máquinas estão paradas desde outubro.
“A última vez que as máquinas estiveram aqui, foram antes das eleições, ainda na época do prefeito Clécio. Quando o prefeito Furlan assumiu, depois de uns 15 dias, ele esteve aqui no local e falou que em poucos dias eles vinham ajeitar, a primeira parte seria essa do meio fio, mas até agora ainda não vieram”, lamentou.
Muito próximo da barraca da Dona Eudália, exatamente na rotatória da Avenida 13 de Setembro com a Claudomiro de Moraes, há um grande buraco, onde, inclusive, crianças do bairro e que circulam pela região das feiras tomam banho, segundo populares informaram à reportagem.
Morador do Conjunto Habitacional São José, que fica localizado às margens da via, o auxiliar administrativo Eduardo Marques Silva, de 33 anos, também reclamara da obra paralisada.
“Moro aqui no São José e faz tempo que não vemos máquinas. É algo que comentamos entre nós. Fica nesse abandono aí e não fazem nada, a gente precisa, né?”, protestou.
PMM
O secretário de obras do município, o engenheiro Otávio Fonseca, explicou ao Portal SelesNafes.com que a obra não está paralisada e que está sendo feito tudo o que pode ser feito neste momento de chuva, mais notadamente a parte de colocação da proteção do meio fio.
Ele explicou que a obra, que tem um custo total de R$43 milhões, é fruto de operação de crédito, uma espécie de empréstimo, junto à Caixa Econômica Federal (CEF) e que o contrato com a empresa que está executando a obra estava praticamente vencido quando a nova gestão assumiu.
Essa linha de crédito possui recursos do PAC Mobilidade, programa do Ministério das Cidades. O município conseguiu ter liberação para acessar o montante através de uma soma de esforços conduzida pelo então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que chegou a trazer o presidente da Caixa para vistoriar a obra.
O secretário Otávio informou que iniciou sua gestão iniciou-se no dia 14 de janeiro e que o contrato com a empresa terminou quatro dias depois, dia 18 de janeiro. Então, houve uma paralisação. Contudo, segundo ele, após regularização do contrato, as obras já foram retomadas.
“Essa obra tem etapas e essas etapas dependem muito do período que você está vivendo, por exemplo, agora estamos no período chuvoso, temos uma mobilização muito grande de gente trabalhando em calçada e meio fio, principalmente recuperação”, explicou Otávio.
O secretário informou que seria possível encontrar, no final da manhã deste sábado (14), trabalhadores executando a obra nas cercanias da Avenida 13 de Setembro com a Rua Hildemar Maia, que também é parte do conjunto geral do projeto da Claudomiro de Moraes. No entanto, a reportagem percorreu todo o trecho e não encontrou nenhuma equipe a serviço da obra.
Otávio Fonseca informou, ainda, que até o final de abril, a primeira fase completa, que compreende toda a pavimentação, calçadas, ciclovia, urbanização e paisagismo da Claudomiro até a Sétima Avenida do Congós, estará totalmente concluída e será entregue à população.