Sem data de retorno presencial, Unifap não tem nem água em banheiros

No Campus Marco Zero, no Bairro Zerão, na zona sul de Macapá, banheiros e locais da universidade que parecem abandonados.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A Universidade Federal do Amapá (Unifap) enfrenta dificuldades para retomar suas atividades com as aulas presenciais.

Diferente da maioria dos órgãos e instituições, a veterana Unifap não se preparou para a volta à normalidade, possibilidade cada vez mais possível com o avanço da vacinação e recuo de todos os índices da pandemia de covid-19, especialmente de casos confirmados, internações e registro de óbitos.

Um docente da universidade que falou ao Portal SelesNafes.com e preferiu preservar sua identidade, denunciou o que chamou de abandono.

“Enquanto outras Instituições de ensino se preocuparam em preparar os espaços para o retorno das atividades presenciais, a Unifap sequer apresentou o Protocolo de Biossegurança para o pleno do Consu [Conselho Universitário]. O reitor tomou a decisão nada sensata de fazer uma praça no Espaço próximo ao ginásio poliesportivo, pois investir em praça enquanto os banheiros e lavatório estão caindo aos pedaços, mostra que não vive a realidade da Unifap”, reclamou o docente.

A situação…

… dos banheiros…

… é desoladora

Nossa reportagem entrou em contato com a administração da Unifap. Segundo o pró-reitor de Ensino e Graduação, o professor Almiro Abreu, a Unifap está realizando esforços para retomar as aulas presenciais de forma segura.

Ele relembrou que a decisão é de competência do Consu. Ele enumerou medidas administrativas tomadas para garantir esse retorno: instituição de comissão responsável de adaptação de espaços físicos da Unifap, segundo normas da vigilância sanitária; Constituição do Comitê covid-19 para análise dos problemas pandêmicos do Amapá; Protocolo de Biossegurança; Consulta para a comunidade acadêmica sobre o retorno seguro às atividades presenciais na instituição.

Bebedouros também estão sem sinal de água. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“Neste sentido, estamos preparando a Unifap para o retorno seguro às atividades presenciais como, instalação de pias em diversos espaços da Unifap, limpeza das centrais e de ar-condicionados, compra de EPI’s e distribuição aos departamentos, adaptação dos espaços, como salas de aula para recepção dos alunos e professores”, respondeu, por escrito, o professor Almiro.

O próximo semestre inicia-se no dia 18 de outubro e as aulas ainda serão remotas.

No entanto, nossa reportagem esteve pelo menos duas vezes no Campus Marco Zero, no Bairro Zerão, na zona sul de Macapá nesta última semana.

De mais notável: o vazio da instituição e o contraste entre grandes obras prestes a serem entregues, como a nova biblioteca que será bem às margens da Rodovia JK, com banheiros e locais da universidade que parecem abandonados.

Torneiras sem água

De todos os banheiros em que entramos, nenhum tinha água – sequer havia torneiras. O problema da água na Unifap não é novo.

Há poucos metros dos banheiros que ficam próximo ao Bloco B, de Pedagogia, há um bebedouro instalado, também sem água.

Em algumas salas, parte do forro de PVC está arriado, em outros locais, portas quebradas.

Situação preocupante é no Campus Marco Zero

Professor quer retomar aula presencial

O professor do colegiado de letras, Antônio dos Martírios, afirmou ao Portal SN que buscou o Ministério Público Federal (MPF) para ter a garantia de retorno seguro para as suas aulas presenciais.

“Hoje o MPF fez uma notificação à Unifap. A universidade não pode impedir o professor que deseja ministrar aula presencial, usando o protocolo, ela não pode impedir. Eu conversei com meu advogado e, praticamente, a petição está pronta, mas como o MPF disse que iria garantir esse direito, a ação não foi protocolada. Eu não estou lutando por uma questão de todos os professores voltarem, eu só posso responder por mim. Toda a cidade está funcionando só a universidade que não pode funcionar, parece que a covid só está trancada ali dentro do recinto da Unifap. Eu creio que há protocolos que podem ser usados e eu estarei ministrando aulas presenciais tanto no Curso de Direito quanto de Letras”, declarou o professor.

A pró-reitoria confirmou o recebimento da notificação do MPF.

Seles Nafes
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