“Realizando um sonho”, diz 1ª jovem Down contratada pela Justiça do Amapá

Ela tomou posse no TJAP em Macapá esta semana.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Letícia Souza Lisboa, de 25 anos, sempre sonhou em ter um emprego para poder ser independente e ajudar a mãe. Como diz a canção “Mais uma Vez”, de Renato Russo e Flávio Venturini, “quem acredita sempre alcança”. Os versos retratam a grande surpresa que a jovem teve esta semana.

Na última quinta-feira (20), ela foi contratada pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). Letícia Souza Lisboa é a primeira pessoa com síndrome de Down a trabalhar no órgão.

Agora ela integra o grupo de 13 profissionais com deficiência contratados por meio da Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE).

Os outros 12 contratados são surdos e atuam na digitalização de processos antigos. Letícia passa a trabalhar na Assessoria de Comunicação do Poder Judiciário do Amapá.

Emoção tomou conta na hora da posse. Fotos: Rodrigo Índio

A mãe dela, Adélia Lisboa, de 60 anos, contou que a filha nem conseguiu dormir de quinta (20) para sexta (21) de tanta ansiedade para trabalhar novamente. Letícia até separou sua roupa com horas de antecedência.

“Pra mim é algo espetacular em meio ao luto do meu pai. Ela sempre separou suas roupinhas para ir trabalhar, pois ela sempre sonhou em ter um emprego. É uma alegria essa conquista dela do sonho realizado”, comentou a mãe.

Rommel Araújo: exemplo deve ser seguido por outros poderes

Em seu primeiro emprego, Letícia será treinada em fotografia, mídias sociais e outras atividades do setor, ganhando experiência e capacitação profissional no meio. A nova funcionária do TJAP resumiu que esforço não faltará na empreitada.

“Estou muito feliz, realizando um sonho, pretendo aprender muito aqui e dar meu melhor”, garantiu Letícia.

Mãe é só orgulho de Letícia

Letícia já está atuando no TJAP

O desembargador-presidente do TJAP, Rommel Araújo, disse que, na verdade, os funcionários que aprenderam bastante com Letícia no ato de inclusão.

“Acredito que esse bom exemplo que o poder judiciário está dando deve ser seguido pelos outros poderes. Não podemos olhar as pessoas com necessidades especiais com qualquer tipo de preconceito por achar que são inferiores, são seres humanos, são brasileiros e gozam dos mesmos direitos e prerrogativas da constituição”, enfatizou.

Seles Nafes
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