Por JONHWENE SILVA
O município de Santana, a 17 km de Macapá, tem sido palco de diversos crimes com características de execução. Os índices de homicídios deixam a população com medo, especialmente porque pessoas inocentes já foram mortas em meio à guerra entres facções.
Segundo o delegado Rogério Campos, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil da cidade, as investigações não deixam dúvidas: “em Santana, 90% dos homicídios partem a mando de facções”, afirma.
No último dia 17 de maio, Claudimir de Souza Silva, de 17 anos, transitava de bicicleta pela avenida Coelho Neto, quando foi morto a tiros. Já em 23 de maio, um taxista foi chamado para uma corrida e ao chegar ao local, também foi executado a tiros. Neste último, os acusados foram presos.
Segundo o delegado, esses tipos de crimes possuem características muito claras de ligação com a guerra de facções.
“Nós temos informações precisas dos setores de inteligência que sim, está ocorrendo uma guerra entre facções no município e esses crimes possuem características muito evidentes que são por ordem de líderes de facções, seja pela disputa de pontos de comercialização de drogas ou até mesmo vingança. Temos trabalhado para identificar os autores desses crimes e conseguido dar uma resposta rápida à sociedade”, afirmou.
Ele afirmou que tem procurado agir de maneira preventiva para identificar as lideranças dos bandos, solicitando prisão preventiva e, nos casos de internos do Iapen, pedindo isolamento deles ou transferência para unidades prisionais de outros estados.
“Baseado nesse trabalho de inteligência, estamos representando pela prisão preventiva dessas lideranças de facções ou até mesmo de busca e apreensão, para causar um desconforto nessas organizações criminosas que têm causado tanto medo na população”, disse.
Rogério Campos considera que as operações conjuntas, com PM, GTA, CIOP, Sejusp, têm surtido efeito, principalmente quando são tiradas de circulação armas de fogo, geralmente utilizadas para a prática de homicídios, e drogas, que abastecem pontos de comercialização que sustentam financeiramente a criminalidade na cidade.
“Quando prendemos essas lideranças e tiramos de circulação armamentos e drogas, é um golpe duro contra as organizações criminosas, que acabam amargando prejuízos. Além disso, evitamos que novos crimes sejam consumados. De um modo geral, considero, sim, que estamos dando uma resposta positiva à sociedade”, finalizou.