Por OLHO DE BOTO
Um dos dois homens que aparecem em um vídeo de grande repercussão, matando um jacaré a pedradas e terçadadas na orla de Macapá foi identificado e vai responder, em liberdade, por crime ambiental.
Acompanhado de um advogado, o autônomo Lucineu do Santos Freire, o Sarito, de 40 anos, prestou depoimento ao delegado Wellington Ferraz, da Polícia Civil do Amapá, nesta manhã de terça-feira (19).
Morador do Bairro Cidade Nova, na zona oeste de Macapá, local onde ocorreu a crueldade com o animal, ele foi indiciado na forma do Artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais brasileira: “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”. Em caso de condenação, a pena é detenção de 6 meses a 1 ano, além de multa.
O segundo suspeito que aparece nas filmagens – o que joga pedras de concreto na cabeça do animal – ainda não foi identificado. Mas, a polícia também está à procura dele pelo mesmo crime.
O vídeo viralizou nas redes sociais no dia do delito, 14 de julho. Eram 7h, quando o animal foi avistado e logo uma aglomeração se formou no muro de arrimo da orla. Sarito e outro suspeito desceram até as margens do Rio Amazonas e começaram a atacar o jacaré.
Segundo o delegado Ferraz, em depoimento, Sarito afirmou que após matar o animal, o corpo foi separado em partes por ele, com o mesmo terçado usado para tirar a vida do anfíbio. Um quarto do animal, ele disse ter levado para si, para consumo próprio.
O delegado criticou fortemente a ação, sobretudo pela presença de crianças e outros jovens ali no momento.
“O que chamou atenção é a tamanha violência que tratou animal ali, naquele momento. É uma cena muito forte. E fica um péssimo exemplo aí para as crianças, para os adolescentes que estavam no local, testemunhar uma cena tão abominável, truculenta, com animal que tava num ambiente natural dele, ali é a margem de um rio. É um crime que não adianta a pessoa dizer que não sabia, é público e notório aqui em todo estado que são os animais silvestres e quem pode e quem não pode matar esse animal. Então assim fica a nossa mensagem e fica o exemplo para que outras pessoas, eventualmente quando encontrar um animal na orla da cidade, e em qualquer outro ambiente, que não trate o animal dessa forma”, ponderou o delegado.