Em busca de recorde, velejadores pernoitam em ilha só com cocos para jantar

Danos aos equipamentos prolongam aventura pelo recorde mundial.
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Por IAGO FONSECA

Em meio a lama, dunas, tubarões e acidentes com peixes, continua a aventura alucinante dos velejadores amapaenses Eliton Franco, de 46 anos, e Francimar Santos – Chumbinho, de 45 anos. Com adversidades, a jornada pelo recorde de 2200 km que encerraria no sábado (30) em Macapá foi adiada para a quinta-feira (5).

Após acampar em uma cabana abandonada na segunda-feira (25), os atletas seguiram até São Luís, no Maranhão, o quarto estado percorrido durante a aventura de Natal, no Rio Grande do Norte, até Macapá, no Amapá.

“Não tínhamos planejado dormir no relento até o Maranhão, é muito complicado lidar com a mente. Já quando passarmos de Marudá, no Pará, estaremos preparados para atravessar o Marajó”, declarou Eliton durante atualização para amigos e familiares.

Até a terça-feira (26), eles já haviam velejado por mais de 1.400 km. Então, descansaram por dois dias na capital maranhense, enquanto parceiros consertavam a prancha de Eliton, que abriu um buraco no encaixe dos pés, e a mochila de Chumbinho.

Desde o início da jornada, kitesurfistas já passaram …

… por várias praias do litoral brasileiro

… e já até dormiram em uma cabana abandonada

Com mais 200 km velejados, na quinta-feira (28), foram perseguidos por bois em uma ilha e pernoitaram com somente cocos para janta. Na sexta, pela baixa no vento, caminharam 5 km por dunas na Ilha dos Lençóis, até encontrarem uma cabana para descansar.

Entretanto, na manhã de sábado, aniversário de Eliton, a sua prancha sofreu um dano grave após bater em bancos de lama e em um peixe grande não identificado, sendo trincada e necessitando reparos maiores para seguirem viagem.

Prancha de Eliton precisou de conserto …

… após buraco se abriu no local de encaixe dos pés. Fotos: Eliton Franco

“Temos ciência que viemos fazer um desafio, se quisesse conforto estava em casa com minha mulher e filhos assistindo Netflix. Chumbinho ficou reparando a prancha enquanto fui atrás de materiais. Reforçamos a prancha com bambu e resina de vidro”, afirmou Eliton, que encontrou um morador na região de Apicum-açu, também no Maranhão, para lhe dar suporte.

A dupla segue viagem nesta segunda-feira com destino a Ajuruteua, no município de Bragança, no Pará. Até o fim da manhã, velejaram por mais 100 km da praia da baleia até a praia velha, em uma península maranhense.

Após noite ao relento, passaram dois dias de descanso em São Luís

Recorde

Os velejadores buscam bater o recorde mundial de 2200km sem apoio náutico, entre seis estados no litoral brasileiro. A prática de velejo com hidrofólio sem acompanhamento por embarcações é inédita.

Inicialmente um trio com o paraense Marcelo Gonçalves, a dupla veleja em média de 180 a 220 km por dia. Após cortar o pé, Marcelo bateu a prancha em um banco de areia na terça-feira (19) que danificou o mastro do hidrofoil, impedindo que seguisse na viagem.

Eles viajam com um aparelho de mapeamento cartográfico e um comunicador para envio e recebimento de mensagens via satélite com botão ‘SOS’ que notifica familiares, marinha e demais autoridades para resgate.

Seles Nafes
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