Por SELES NAFES
Os advogados da prefeitura de Macapá que perderam uma ação movida pelo prefeito Dr Furlan (MDB) contra o ex-prefeito e atual governador Clécio Luís (SD) tiveram falhas grosseiras na ação, segundo avaliou o relator do processo, desembargador Carmo Antônio de Souza, do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap). O processo, que tramitou na 2ª Vara Cível, acaba de ter publicado o ‘trânsito em julgado’, ou seja, foi encerrado.
Furlan argumentava que Macapá recebeu R$ 12 milhões do governo do Estado, em 2014, num convênio com a Secretaria de Transportes, mas não tinha prestado contas de R$ 8 milhões.
Na argumentação, os advogados alegavam que mesmo que o dinheiro tenha sido aplicado para seus fins, a falta de prestação de contas afronta os princípios da administração pública. Furlan queria que Clécio, pessoalmente, devolvesse aos cofres públicos R$ 8 milhões.
O prefeito Dr Furlan perdeu a ação na 2ª Vara e recorreu ao Tribunal, onde o relator foi o desembargador Carmo Antônio. O magistrado entendeu que Clécio prestou contas das duas primeiras parcelas, e que o relatório da terceira está na Secretaria de Finanças (Semfi) desde 2015.
Além disso, acrescentou, os advogados da prefeitura não se esforçaram no processo.
“Demais disto, o município falha grosseiramente na instrução. Ora, tendo os valores do convênio sido recebidos pelo próprio município, o que dificultaria que o referido ente, enquanto titular das contas, trouxesse aos autos comprovantes de dilapidação, malbaratamento e aplicação irregular dos valores recebidos? Se a verba entrou nas contas do município e delas saiu, é possível rastrear o destino. Sequer isto a parte autora teve o esforço de trazer aos autos”.