CÁSSIA LIMA
O deputado estadual Moisés Souza (PSC) disse ter sofrido um pico de pressão alta, o que teria causado o acidente de trânsito na Rodovia JK, no dia 29 de agosto de 2017. Foi durante audiência de justificação nesta segunda-feira (05), no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap). Mesmo com mudança de versão, o tribunal revogou em segundo grau o benefício de prisão domiciliar do preso.
Na primeira versão, o parlamentar negou o envolvimento, e disse que o veículo estava sendo dirigido pela esposa. Mas, testemunhas e câmeras de segurança do condomínio onde ele mora mostraram que ele saiu de casa e voltou em um carro da Polícia Militar.
Ao ser ouvido pelo tribunal, Moisés Souza disse que estava só em casa e sentiu um mal estar. Pegou o carro para ir ao hospital, mas sentiu a pressão se elevando e desmaiou ao volante causando o acidente.
Segundo a decisão do desembargador e presidente do Tjap, Carlos Tork, Moisés Souza transgrediu e excedeu as normas da prisão domiciliar colocando em risco a saúde de terceiros.
“Estou revogando ela (a prisão domiciliar) em definitivo. Ele está recebendo tratamento médico no Iapen. O fato ocorrido no dia 29 de agosto mostra que ele não tem controle. Portanto, a situação de saúde dele é delicada, mas ela não é motivo suficiente para levá-lo à prisão domiciliar”, disse o magistrado durante a sentença.
A defesa de Moisés anunciou que vai recorrer da decisão. Para o advogado do deputado, Abelardo Júnior, o ambulatório do Iapen não oferece tratamento adequado para o seu cliente.
“O local não oferece as condições para pessoas com os problemas de saúde como o que o deputado tem que é hipertensão e risco de infarto. O tratamento dele é excepcional porque ele é uma pessoa diferenciada”, destacou o advogado.