2 anos após fuga incrível, líder do crime organizado no Amapá é capturado

Sávio Maciel Vieira, o Beco, de 24 anos. Condenado por tráfico, roubo e homicídio, ele é considerado um dos criminosos mais temíveis do estado.
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Por LEONARDO MELO

Um homem apontado como um dos principais líderes do crime organizado no Amapá foi preso após uma longa e paciente investigação que seguiu um rastro de drogas, roubos e ordens de morte até finalmente localizá-lo fora do Estado.

Sávio Maciel Vieira, o Beco, de 24 anos, foi preso na quinta-feira (8), na cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina, por agentes da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) do Amapá – com apoio da PM catarinense.

Ele é condenado a mais de 40 anos de prisão crimes de tráfico de drogas, roubo e homicídio. Por isto, é considerado pela polícia um dos criminosos mais temíveis do estado.

De acordo com a polícia, foram 23 meses, quase dois anos, prendendo comparsas e apreendendo carregamentos de drogas enviados por ele ao Amapá até o seu paradeiro ser descoberto.

Os delegados Sidney Leite e Vladson Nascimento, da DTE, chefiaram a operação para prender o traficante. O carro dele, um luxuoso Corolla, foi cercado por viaturas policiais por volta de 15h no centro de Joinville.

Antes de ser preso, Beco fugiu de carro e a pé por uma mata

Mesmo cercado,  não se entregou fácil. Acelerou pelas ruas da cidade, provocando uma perseguição policial até colidir com o veículo contra uma mureta. Ele saiu do carro e a perseguição continuou a pé. Beco correu para uma área de mata. O cerco durou duas horas até que o traficante ficou sem chance de continuar a fuga.

Segundo o delegado Sidney Leite, várias investigações apontam Beco como dono de vários carregamentos apreendidos pela DTE. Por isso, ele deve ainda ser indiciado em outros inquéritos.

Um desses carregamentos foi apreendido no dia 29 de dezembro de 2020, no Bairro Infraero 1, zona norte de Macapá. Segundo a polícia, os 23 kg de maconha, cocaína e Skank, avaliados em mais de R$ 600 mil, eram uma encomenda de Beco. A droga havia chegado em Macapá quatro dias antes, pelo aeroporto de Macapá.

Os 23 kg de Beco estavam dentro de malas de viagem

Naquele dia, além do carregamento, os investigadores acharam uma peça fundamental na investigação para prender o líder criminoso: um livro-caixa do tráfico. Foi monitorando as contas bancárias dos comprovantes de depósito que surgiram as pistas que levaram ao paradeiro de Beco.

Agora o criminoso ficará no presídio de Joinville, aguardando o procedimento para trazê-lo de volta ao Amapá.

Fuga improvável

Segundo a polícia, Beco é um dos líderes de uma facção criminosa que atua dentro e fora das cadeias amapaenses. Além da vasta ficha criminal, ele ganhou notoriedade pela fuga improvável que o colocou em liberdade desde 18 de maio de 2019.

Na madrugada daquele dia, ele conseguiu escapar de um hospital particular de Macapá, após passar por uma cirurgia.

A fuga do Hospital São Camilo, localizado no bairro Santa Rita, região central da capital, ocorreu por volta 1h40. Beco estava no hospital para uma cirurgia de retirada de uma munição alojada há muitos anos em um dos joelhos. Ele pagou R$ 6 mil pelo procedimento.

Beco estava foragido desde 18 de maio de 2019

Como era importante para a hierarquia da organização criminosa que ajuda a liderar, o Iapen redobrou a vigilância e colocou dois agentes para vigiá-lo, armados com munição extra. A escolta estava preparada para uma tentativa de resgate, ou de uma tentativa de assassinato dele.

No entanto, ele escapou da forma menos provável: mesmo operado do joelho há poucas horas, pulou do primeiro andar, uma altura de 3 metros, pela janela do apartamento onde estava em observação clínica. Depois de pular, o traficante correu até um carro estacionado bem em frente, que estava à sua espera.

Beco também é envolvido, segundo a polícia, na morte do empresário Edival Fernando Coelho de Queiroz, de 40 anos, morto com seis tiros dentro de casa, num condomínio do bairro Pacoval, em fevereiro de 2013, em Macapá. Fernando era sócio da empresa de vigilância LMS.

Seles Nafes
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