Rodovia liga os dois extremos do Estado, de Laranjal do Jari a Oiapoque
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Por GESIEL OLIVEIRA e SELES NAFES
A BR 156, obra inacabada no Amapá, completa 78 anos, hoje. Ou seja, teve a construção iniciada em 1940, em plena 2ª Guerra Mundial. É comprovadamente a obra incompleta mais antiga do Brasil, e uma das mais velhas do Planeta nessa condição.
Milhões foram desviados ou desperdiçados para construir 806 quilômetros que interligassem os dois extremos do Amapá: Laranjal do Jari, onde ela começa, e Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. A rodovia também atende Macapá por uma ligação com a BR-210. Hoje, não temos nada a comemorar.
A BR está asfaltada do KM-21 até o município de Calçoene. Daí em diante são 110 km de lama, buraco e atoleiros até a parte onde o asfalto recomeça 50 km antes da entrada da cidade de Oiapoque. Se estivesse toda asfalta, a viagem de carro Macapá-Oiapoque (590) duraria pouco mais de cinco horas.
O vejamos o que já aconteceu nesses 78 anos, de forma muito dinâmica:
1) 2ª Guerra Mundial e o suicídio de Hitler em um bunker de Berlim, em 30/04/1945 cercado pelo exército vermelho da Rússia de Stallin.
2) O homem ir a Lua em 1969
3) Guerra Fria
4) Queda do Muro de Berlim
Maio de 1945: soviéticos invadem a capital da Alemanha e encurralam Hitler
Neil Armstrong explora a Lua em 1969
5) Criação da Internet em 1990
6) Impeachment do Collor
7) Impeachment da Dilma em 2016
8) Prisão do Lula em abril de 2018
E ao longo deste tempo todo vimos a troca de 8 papas na Igreja Católica, e continuamos esperando a conclusão da BR 156. Será que vamos ver o homem chegar a Marte sem os amapaenses poderem chegar dignamente a Oiapoque?
Em tempo: atualmente a obra continua parada, apesar de consórcios terem sido contratados e existir dinheiro em conta. A desculpa mais uma vez é a chuva. No “verão” será a falta de empresas, licitação, o mais do mesmo.
Maio de 2015: presa nos atoleiros, viajante come churrasco improvisado na beira da BR-156. Foto: Humberto Baía Arquivo/SN
