Atirador de bar é suspenso da Polícia Civil

O policial civil Sanderlei Almeida Barreto confessou ser o atirador que invadiu um bar em Macapá e deixou quatro pessoas feridas.
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Por RODRIGO ÍNDIO

O policial civil do Amapá, Sanderlei Almeida Barreto, que confessou ser o atirador que invadiu um bar em Macapá e deixou várias pessoas feridas, foi afastado das funções policiais por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.

Além da suspensão, o corregedor da Polícia Civil, delegado Sávio Pinto, providenciou a apreensão da arma do policial, que está com o porte de arma suspenso até que a Justiça se manifeste. Ele tem 27 anos de serviço policial.

Sanderlei Barreto se apresentou espontaneamente. Foto: Divulgação

Segundo a Delegacia Especializada em Crimes Contra Pessoa (Decipe), que cuida do caso, Sanderlei é reincidente. Ele já foi condenado por prática similar, no ano de 2010, quando atirou em um homem, também após discussão em um bar.

Na madrugada da última sexta-feira (2), ele voltou a puxar o gatilho de sua arma, dessa vez em um bar no bairro do Trem, área central de Macapá. Até agora a polícia confirmou que cinco pessoas foram hospitalizadas após os disparos feitos por Sanderlei Almeida Barreto. Contudo, podem haver mais vítimas.

O policial se apresentou horas depois, já na tarde de sexta-feira, ao delegado Luiz Carlos Gomes, da Decipe, que nesta segunda-feira (5) falou com a imprensa sobre o caso.

Corregedor da Polícia Civil do Amapá, delegado Sávio Pinto. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Segundo o delegado, houve um desentendimento entre o policial e uma garota – que ele teria assediado. Eles discutiram, inicialmente. Parecia que o desentendimento tinha sido deixado de lado, mas voltaram a discutir, dessa vez com a intervenção de rapazes que estavam na companhia da moça.

“Ele alega que àquela altura já tinha se identificado como policial, mas mesmo assim foi agarrado e arrastado por seguranças para fora do estabelecimento, onde iniciou-se uma briga entre ele e dois seguranças. A versão dele é que ele foi muito agredido, e, num acesso de fúria, teria agido daquela forma”, contou Luiz Carlos.

O delegado disse que agora vai escutar todas as testemunhas e vítimas para entender a dinâmica dos fatos ocorridos no bar e identificar todos os crimes praticados. Ele revelou que ainda pode pedir a prisão do acusado enquanto a investigação durar.

Delegado Luiz Carlos é responsável pela investigação do caso

“Já conversamos com algumas que estavam com viagem marcada por não residir aqui no Amapá. Se for identificado, no curso da investigação, elementos que nos indiquem que devemos pedir uma prisão preventiva, nós representaremos à Justiça pela prisão. Não havendo, nós levaremos o caso diretamente logo à Justiça para que ele seja punido na forma da lei”.

O delegado explicou porque não pediu a prisão do policial.

“Ele se apresentou espontaneamente, não havia nenhuma perseguição, a autoria dos disparos foi confessada por ele, que alegou arrependimento. Então, não vi nenhum elemento para representar pela prisão preventiva”, afirmou.

Ainda de acordo com o delegado, o policial alegou que não mirou em nenhuma pessoa. Luís Carlos revelou que, em 2010, o policial já havia se envolvido em outra situação similar, também em um bar, após uma discussão. Na ocasião, sacou a arma e atirou na pessoa com quem tinha discutido.

Coletiva de imprensa ocorreu na Delegacia Geral de Polícia Civil do Amapá

Ele foi condenado por lesão corporal grave. A Justiça descartou a denúncia do Ministério Público por tentativa de homicídio. Mesmo com a condenação, não perdeu a função pública, nem foi suspenso da atividade policial. A pena foi convertida em prestação de serviços comunitários e multa.

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