Por RODRIGO ÍNDIO
Após a condenação de 16 anos e 6 meses de prisão a Messias Machado Barbosa, de 31 anos, pela morte da ex-enteada, a bebê Thayla Cristina Ferreira, morta afogada quando tinha 1 ano de idade, a família da vítima diz estar indignada com a brandura da sentença.
Pela crueldade com que o crime foi cometido, os parentes da criança esperavam uma pena mais severa ao réu. Foram seis audiências adiadas até se chegar ao veredito na última quinta-feira (19).
Na sentença, a juíza Lívia Simone Oliveira de Freitas Cardoso, da Vara do Tribunal do Juri de Macapá, considerou duas das três qualificadoras apresentadas pela acusação: motivo torpe e meio cruel.
A Justiça também decidiu, conforme atualização do Código de Processo Penal, que Messias deverá pagar uma indenização de R$ 13,5 mil à família da vítima, por danos morais e materiais.

Messias Machado está preso desde a época do crime. Foto: Arquivo SN
O crime, que causou grande comoção social, ocorreu no dia 15 de setembro de 2019, no Bairro Universidade, zona sul de Macapá. Leia mais sobre o caso:
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O portal SelesNafes.com conversou com Maria da Conceição Abreu, avó materna de Thayla, nesta sexta-feira (20). Por telefone, a dona de casa resumiu que a família está “indignada” com a decisão, que segundo ela, poderia ser muito maior pela frieza e crueldade do crime.

Avó da vítima durante um dos protestos feitos pela família por uma condenação justa
“Estou insatisfeita e revoltada com a pena que foi dada a ele. Sempre falei que queria pena máxima. Esperava uns 28 ou 30 anos, mas, infelizmente, foi de apenas 16 anos e 6 meses. Fiquei muito decepcionada, muito triste e revoltada com o poder público porque eu esperava mais com certeza. Com essa pena, ele vai ser solto em pouco tempo. Estou indignada”, desabafou.
Maria conta que desde o acontecimento tem crises depressivas, precisou deixar o emprego de cozinheira e embarcou na luta por justiça junto com a filha – mãe da vítima – e o restante da família. Ela falou sobre a indenização que a Justiça determinou Messias a pagar.

Corpo da bebê sendo retirado do lago pela perícia no dia 15 de setembro de 2019
“Poderia ser em anos de pena. Não tem dinheiro no mundo que pague a vida de alguém, muito menos de uma criança tão inocente, tão linda, tão inteligente que tinha a vida toda pela frente. O que mais me revolta é saber que ele está sendo protegido pelo estado (…) Como é que ele teve coragem fazer isso com uma criança indefesa e agora ele tá com medo? Fico revoltada com o poder público porque ele confessou e ficou por isso. Meu coração dói”, acrescentou.
A família agradeceu a todos que foram solidários com o caso da pequena Thayla Cristina Ferreira e que lhes apoiaram no momento de dor.