Projeto quer tirar da “escuridão” 17 mil analfabetos em Macapá

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, constatou que o Amapá tem hoje 6,2% de sua população analfabeta. O que em números gerais representa 32 mil pessoas, 17 mil só na capital. A área rural é onde se concentra a maioria. O IBGE considera considerou na pesquisa pessoas com 15 anos ou mais, não alfabetizadas. Esse é público alvo de um programa de alfabetização, que começa a ser implementado pela Prefeitura de Macapá a partir da semana que vem. As localidades de Bailique e Cunani serão as primeiras a receber o programa.

Sandra Casemiro: programa vai começar pelas comunidades do interior

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O projeto, que é uma parceria com o Movimento dos Sem Terra (MST), há mais de 8 anos desenvolve atividades de educação. O trabalho é baseado no programa “Sim, Eu Posso!”, que é desenvolvido pelo governo cubano e que erradicou o analfabetismo na ilha de Fidel Castro. O projeto é um modelo empregado em outros países da América Latina.

A primeira turma de disseminadores do projeto de alfabetização se formou na tarde desta quarta-feira, 24, e vai atender cerca de 1 mil pessoas. “Quando foi lançado ainda em agosto pelo Senador Randolfe (Psol-AP) muitos criticaram. Agora verão que o projeto está acontecendo e forma nessa primeira turma 50 educadores que vão atender comunidades carentes da zona rural”, disse a diretora do Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Sandra Casimiro.

Vilma Oliveira vai trabalhar em comunidades do Bailique

Vilma Oliveira vai trabalhar em comunidades do Bailique

O programa começa a funcionar no dia 29 de setembro, quando os analfabetos terão instrução através de 60 vídeos institucionais. “Quando o programa começou a ser desenvolvido pelo MST as pessoas não acreditavam e hoje alfabetizamos só em São Paulo, nos campos de sem terra e comunidades carentes, 1 mil pessoas a cada três meses, que é o tempo de duração do curso. E essas pessoas também continuam esse trabalho, como uma corrente em prol da alfabetização”, explicou Maria Vargas, representante do MST, que está passando a experiência de São Paulo para os disseminadores locais.

Um desses alfabetizadores é Vilma de Oliveira, moradora do Bailique, esposa de um professor e agora disseminadora do programa Macapá Alfabetizado. “Uma amiga me falou sobre a capacitação e como sou estudante de pedagogia me interessei bastante. Eu quero ajudar a melhorar a vida das pessoas na minha comunidade”, argumentou. Vilma faz parte da turma que passou pela primeira fase do projeto e já poderá atuar em sua comunidade a partir do dia 29 quando começa a primeira turma.

 

Seles Nafes
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