Policial narra o abuso dos “24 horas”; assista

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SELES NAFES

Sabendo que muitos casos de violência e acidentes de trânsito possuem relação estreita com o consumo de álcool, um sargento da Polícia Militar do Amapá decidiu mostrar como estabelecimentos comerciais de Macapá desrespeitam o horário de funcionamento, e contribuem com as estatísticas criminais. São os chamados “24h”, proibidos por lei, mas que mantém as portas abertas até o amanhecer.

O sargento Ruy da Silva, do 2º Batalhão da PM, responsável pela zona norte de Macapá, fez quatro vídeos na mesma noite de plantão mostrando a venda de bebidas alcoólicas no meio da madrugada. Oficialmente são estabelecimentos com permissão para funcionar como mercantis, mas que, na prática, são bares dia e noite.

Os vídeos, por incrível que pareça, foram filmados por volta das 3h, em plena segunda-feira.

“Alguns ficam ali na Avenida Vereador Júlio Pereira, e são locais onde já ocorreram homicídios, e continuam abertos. (…) Eles amanhecem naquela situação. Eu já prendi até mototaxistas embriagados”, comentou o sargento.

Assista alguns trechos narrados pelo policial

Muitos aspectos estão envolvidos com esse comportamento nocivo. Além de se arriscarem a ser vítimas de assaltos, os comerciantes submetem funcionários ao mesmo risco. Sem falar nos crimes de homicídio, brigas acidentes de trânsito, e pessoas que urinam na portas das casas da vizinhança depois do amanhecer nos 24h.

Um dos bares fica em frente ao Ciosp do Novo Horizonte, na Rua Cícero Marques. O vídeo mostra várias rapazes bebendo cerveja. Há muitas latinhas na rua, em frente ao estabelecimento. Indignado, o sargento pergunta a hora para o vendedor, enquanto rapazes ouvem música num celular e baixam a cabeça quando percebem que estão sendo filmados. Eram quase 3h. Nos outros vídeos, editados pelo portal, a mesma situação se repete.

Comerciante se arrisca para vender na madrugada

Lembrando que a legislação municipal determina que bares fechem à meia-noite, de segunda à quinta-feira; e a 1h da madrugada aos sábados. Casas noturnas só podem operar até às 2h, de segunda a quinta-feira, e até às 4h nas sextas, sábados e vésperas de feriado.

Se o desrespeito é grande com esses horários, pode ficar pior se a prefeitura ceder ao lobby do comércio que pretende conseguir a revisão dessa lei.

Cabe à prefeitura fiscalizar. A secretária de Desenvolvimento Urbano, Telma Miranda, explicou que não é atribuição da Semdur fazer esse monitoramento. O papel é da Secretaria de Finanças, responsável pela emissão dos alvarás. Contudo, ela informou que a Sefim e aSemdur têm participado com outras secretarias de fiscalizações frequentes na noite. 

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