3 meses depois, família espera laudo sobre morte de rainha de bateria

Exame deveria ter sido concluído em 30 dias. Politec alega falta de material para realizar o trabalho
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CÁSSIA LIMA

Passados três meses da morte da ex-modelo e rainha de bateria Suzy Dayane do Espírito Santo Brazão, de 35 anos, a família ainda não sabe exatamente como ela morreu. Ela foi encontrada morta na manhã do dia 16 de outubro, e até hoje a família não recebeu o laudo necroscópico da Polícia Técnica do Amapá (Politec).

Segundo a Politec, o laudo que era para ter sido emitido em 30 dias, não foi finalizado pela falta de materiais na instituição, especialmente reagentes químicos. Isso aconteceu porque as compras ainda não ocorreram por falta da abertura do orçamento do Estado.

Suzy foi encontrada pelo marido

Suzy Dayane foi encontrada pelo marido. Mãe diz que filha nunca apresentou sinais de depressão. Fotos: arquivo familiar

Suzy Dayane morava com o marido na 14ª Avenida do Bairro do Marabaixo III, na zona oeste de Macapá. Segundo depoimento do marido à polícia, o casal havia chegado de uma festa por volta das 4h. O esposo disse que foi dormir, mas Suzy teria ficado acordada.

Pela manhã, por volta das 8h30min, o marido disse ter procurado pela esposa e não a encontrou. Ao ir ao banheiro, ele teria visto a vítima pendurada em uma corda. Na tentativa de salvá-la, ele disse que a retirou da corda e a levou para a sala. O caso é tratado como suicídio.

“Estamos muito apreensivos porque precisamos de uma resposta, estamos com dificuldade de aceitar, e essa demora prolonga nosso sofrimento. Nunca presenciei na minha filha qualquer sinal de depressão e pra mim ela não teria coragem de se matar”, frisou a mãe de Suzy, Joaquina do Espírito Santo.

Suzy Dayane era a atual rainha de bateria da escola de samba Piratas Estilizados. Conhecida por participar de concursos, também foi eleita Musa do Carnaval, a mais Bela Negra, Garota Junina, entre outros títulos de concursos de beleza.

Ela trabalhava como coreógrafa, mas havia sido também professora de dança de idosos, além de cuidadora de crianças. Dançarina nata, era a única mulher transformista do Amapá, chegando a fazer apresentações no Pará e na Bahia.

“Ela era essa mulher exuberante, focada, alegre. Ela trabalhou muito cedo dando aula de dança e batalhou pela própria casa, tinha a moto dela, ela não esperava acontecer, ela corria atrás. Só sossegava quando resolvia as coisas. Ela amava a nossa cultura”, contou a mãe.

Politec ale

Politec alega falta de reagentes químicos para concluir exames. Foto: arquivo/SELESNAFES

Suzy estava casada há 4 anos, era madrasta de um menino do qual amava muito. Segundo a família, ela era louca para ter filhos, mas nunca conseguiu ir até o final da gestação em quatro tentativas. Era a filha mais velha de 6 mulheres e dois homens.

“Não é hipocrisia, mas ela era uma mulher muito caridosa, alegre e que amava viver. Queremos a confirmação se foi suicídio mesmo, se não foi quero saber o que aconteceu. Mas independente de tudo, quero saber como ela morreu”, pediu a mãe.

Seles Nafes
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