Entidades criticam silêncio dos grandes meios de comunicação
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SELES NAFES
Até a última sexta-feira (14), a Força Aérea Brasileira (FAB) tinha contabilizado 123 horas de voos nas buscas pelo monomotor desaparecido há mais de duas semanas, numa região entre o oeste do Pará e o sul do Amapá.
Em relatório enviado a pedido do Portal SelesNafes.Com, a FAB comunicou que foram percorridos 9.181 quilômetros quadrados, uma área equivalente a mais de 9 mil campos de futebol, sem sucesso.
No fim da manhã do dia 2 de dezembro, um domingo, o monomotor prefixo PT-RDZ decolou de uma pista no município amapaense de Laranjal do Jari, cidade a 268 quilômetros de Macapá, tendo como destino a aldeia Mataware, no oeste do Pará. Inicialmente foi divulgado que o trajeto seria o contrário.
O avião teria sido locado por uma família indígenas que estava voltando de Macapá, onde tinha ido resolver problemas bancários. O acesso à aldeia só pode ser feito por embarcações ou aviões.
Estavam a bordo 8 pessoas, incluindo duas crianças e o piloto. A maioria era indígena das etnias Tyrió e Akuriyó.
Avião que continua desaparecido duas semanas depois
Silêncio
Entidades ligadas aos direitos dos trabalhadores do campo, quilombolas e indígenas criticam um suposto silêncio étnico dos grandes meios de comunicação a respeito do caso.
“Não se fala sobre o assunto porque a vida dos indígenas não importa nesse momento. Vivemos um período anti-indígena e eles são considerados um obstáculo para o desenvolvimento do país. Podemos traçar paralelos até com os meninos perdidos em uma caverna na Tailândia, que teve mais a atenção da imprensa”, avalia a antropóloga Denise Farjado, do Instituto Iepé, em entrevista ao site Olho nos Ruralistas, do Pará.
Aviões SC-105 Amazonas SAR e o C-130 Hércules, além do helicóptero H-60 Black Hawk (Falcão Negro) continuam realizando as buscas sob coordenação do Salvaero de Manaus, seguindo “padrões internacionais de busca na área que compreende o ponto em que os radares identificaram a posição da aeronave desaparecida pela última vez e o local onde deveria ocorrer o pouso”, escreveu a FAB em comunicado.
