Por RODRIGO ÍNDIO
O susto de um princípio de incêndio passado por uma família da zona sul de Macapá acendeu o alerta para o uso correto de eletroeletrônicos dentro de casa. O incidente ocorreu na noite de segunda-feira (5), por volta de 19h, numa casa localizada na Avenida dos Tamoios no bairro do Muca.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, uma testemunha relatou ver a “caixinha de som” – que estava conectada na tomada – pegando fogo.
O CBM foi acionado, e chegou rapidamente ao local, que já tinha o princípio de incêndio controlado pelos populares
Ao Portal SelesNafes.Com a moradora da casa, Cleude de Souza Parga, de 45 anos, detalhou que o equipamento recarregava há aproximadamente duas horas de tempo quando explodiu.
Dona Cleude: “quando me movi pra fazer alguma coisa, explodiu”
“Vi pegando fogo, mas quando me movi pra fazer alguma coisa, explodiu, e não deu tempo de salvar nada”, relembrou a dona do imóvel incendiado parcialmente.
As chamas rapidamente se espalharam pelo quarto dos fundos da residência. Os vizinhos da outra via –Avenida dos Timbiras–, ao notar o sinistro se mobilizaram e com baldes buscaram conter as chamas.
O princípio de incêndio destruiu apenas…
a pertences que estavam no quarto, como cama e outros pequenos móveis
O CBM foi acionado, e chegou rapidamente ao local, que já tinha o princípio de incêndio controlado pelos populares. E o trabalho então foi só de rescaldo e verificação de outros focos de incêndio no local. Ninguém ficou ferido.
Alerta
O fogo foi apagado, mas o episódio reacendeu o alerta do Corpo de Bombeiros à população quanto a deixar qualquer eletroeletrônico carregando na tomada e sair de casa ou utilizá-lo enquanto recarrega a bateria, o que é perigoso.
De acordo com o capitão Izídio Júnior o tempo de vida do equipamento e a instalação elétrica do imóvel devem ser levadas em consideração.
“Os equipamentos elétricos em geral, seja um ventilador, uma caixa de som, um televisor, um celular, com o passar do tempo vão sofrendo desgaste e toda carga excessiva vai gerar calor, por consequência, pode incendiar, principalmente se a instalação elétrica do local não estiver no padrão, com proteção contra oscilações de energia, contra sobrecargas. O disjuntor deve ser adequado para a amperagem do equipamento. Exemplo: para uma central de ar, o disjuntor tem que ser fraco de 10 amperes. O que acontece, na maioria das casas, é que existe apenas um disjuntor para a casa toda, e por ele ser de 30 ou 40 amperes, potente, ele não dispara, ele acaba não protegendo o restante do sistema. Infelizmente, aqui no nosso Estado muitas residências não têm essa proteção, que seria um quadro de distribuição com disjuntores mais fracos, que possam cortar a energia no caso de aquecimento, e, desta forma, ficando os aparelhos eletrônicos protegidos das oscilações da rede”, analisou o especialista.
Izídio Júnior: “aqui no nosso Estado muitas residências não têm essa proteção, ficando os aparelhos eletrônicos sujeitos às oscilações da rede”
De acordo com ele, não é comum esse tipo de incidente, pois a maioria dos equipamentos atuais têm sistemas de proteção com uso de fusíveis – chaves elétricas que ‘cortam’ a passagem de corrente elétrica, impedindo que o aparelho chegue a aquecer ao ponto de se incendiar.
Izídio Júnior explicou que, no caso, da caixa de som do Muca, é preciso verificar alguns fatores para saber porque chegou a pegar fogo.
“A maioria dos equipamentos atuais possuem uma proteção contra essas oscilações de energia elétrica, um fusível. Nesse caso específico dessa caixa de som, temos que verificar: se ela era nova ou velha, o tempo de uso [dia e noite], se ela tinha certificado do Imetro. Apenas esse equipamento estava ligado à tomada? Ou havia outro equipamento ligado ao mesmo tempo na mesma tomada? Tudo isso deve ser analisado”, questionou o capitão.