Caso ocorreu em uma escola do Bairro Zerão, na zona sul de Macapá. Imagens mostram professor olhando o confronto sem interferir
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Por CAROLINA MACHADO
Um professor de artes corre o risco de perder o emprego após ter sido filmado como um dos espectadores de uma suposta briga entre alunos em sala de aula. O caso aconteceu na última sexta-feira (29) na escola estadual Antônio Castro Monteiro, localizada no Bairro do Zerão, zona sul de Macapá.
Os dois estudantes aparecem em luta corporal que vai parar no chão. Ainda no vídeo, o professor, que está no canto esquerdo da tela com uma roupa branca, aparece assistindo a confusão sem interferir. Quase no fim do vídeo, ele se aproxima dos dois rapazes e diz alguma coisa pra eles. O educador também faz um gesto para que outros alunos se mantivessem afastados.
De acordo com o diretor do estabelecimento de ensino, Raimundo Lima, o professor deverá responder a um processo administrativo e judicial, o que pode culminar na exclusão do cargo de professor. O servidor foi encaminhado à Secretaria de Estado da Educação (Seed).
O administrador da escola afirmou à reportagem que após tomar ciência do acontecimento, através dos vídeos que viralizaram nas redes sociais, chamou imediatamente o professor e tomou algumas providências.
“Nos reunimos com os pais dos alunos e técnicos da escola, fui à delegacia registrar um boletim de ocorrência, pedi que as imagens fossem apuradas, conversei com uma conselheira tutelar e com o presidente do Conselho de Segurança do bairro, fiz um relatório sobre o professor e ‘devolvi’ ele à Seed”, relatou o diretor.
A partir de agora, segundo o diretor, se se ficar provada a culpa do educador, ele será destituído do cargo, o qual exerce há 20 anos. O professor faz parte do quadro efetivo do Estado e atuava na Escola Antônio Castro desde junho de 2022.
Escola onde ocorreu a briga trabalha práticas restaurativas. Fotos: Carolina Machado
Diretor Raimundo Lima: ‘entrei em desespero quando vi o vídeo’
“Sem violência”
Segundo Raimundo, o professor teria alegado que o conteúdo registrado em vídeo era apenas uma brincadeira que aconteceu no fim da aula e que não houve qualquer violência.
“Essa é a fala dele e isso ele vai ter que explicar nos órgãos competentes. Alguns alunos disseram também que se tratava de uma brincadeira, mas eu não sei”, resguardou-se o diretor.
Ele fez questão de ressaltar que a escola se preocupa muito com a conservação de boas relações interpessoais e não aceita a conduta que o vídeo exibe.
“Nós fazemos parte das práticas restaurativas, onde trabalhamos valores morais como respeito, compreensão e o amor ao próximo. Entrei em desespero quando vi esse vídeo, porque não consigo entender como uma pessoa que faz parte da nossa equipe agiu de forma contrária ao nosso trabalho e ao nosso pensamento, destruindo a imagem da nossa escola. Por isso somos totalmente contra esse tipo de atitude e isso tudo será apurado”, concluiu Raimundo Lima.
A reportagem procurou ouvir o professor, que visualizou as mensagens, mas não respondeu. Ele apenas enviou prints onde um dos alunos envolvido no episódio afirma que a briga não era de verdade, e sim uma brincadeira.
