Funcionários tinham participado de um ato contra a mudança no pagamento do auxílio-alimentação
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Por SELES NAFES
Motoristas e cobradores da empresa de ônibus Amazontur foram surpreendidos, na manhã deste sábado (6), ao serem informados que estavam demitidos por justa causa. Eles participaram de um protesto, no dia anterior, contra a mudança no pagamento do auxílio-alimentação.
Há 18 anos, um acordo entre as empresas de ônibus e o Sindicato dos Rodoviários estabeleceu que o auxílio-alimentação, hoje na casa dos R$ 450, passaria a ser pago em dinheiro, junto com o salário.
Ontem, no pagamento dos salários, os funcionários ficaram sabendo que não receberiam mais o benefício em dinheiro.
“Apresentaram para gente um cartão de compras em um supermercado. Com isso, teve cobrador que recebeu só R$ 600 (do salário)”, explicou um motorista.
Os funcionários cruzaram os braços durante algumas horas na sexta-feira, e hoje foram surpreendidos com a demissão por justa causa. Até agora, 22 foram dispensados sem os direitos trabalhistas.
Presidente do Sincotrap, Genival Cruz: acordo existe há 18 anos. Foto: André Silva/Arquivo/SN
Dirigentes do sindicato da categoria foram até a garagem da empresa tentar contornar o conflito, e realizar uma assembleia com os funcionários e ex-funcionários.
“Esse auxílio alimentação tem mais de 18 anos, e todos funcionários recebiam em dinheiro para ter liberdade de escolher onde vão comprar seus alimentos. Dessa forma, o trabalhador pode economizar. Fizeram um convênio com um supermercado para prender o trabalhador”, comentou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Genival Cruz.
Com cerca de 200 funcionários, a Amazontur é uma das maiores empresas da capital, e iniciou o cadastramento de candidatos para ocupar as vagas dos trabalhadores dispensados.
O que diz a empresa
Procurado pelo Portal SelesNafes.Com, o Sindicato das Empresas de Transportes do Amapá (Setap) alegou que não retirou nenhum direito, e que apenas mudou a forma de pagamento. O Setap garantiu que havia comunicado previamente os trabalhadores sobre a mudança, e que eles teriam concordado por considerar que era mais seguro e cômodo receber o cartão.
“Na sexta-feira, 5, usando como pretexto a medida, dirigentes do Sindicato dos Rodoviários cooptaram trabalhadores para – de forma irresponsável – se ausentarem de seus postos de trabalho, abandonando a frota e seus passageiros, causando transtorno à população”, diz a entidade em nota.
“A conduta reprovável gerou a demissão de alguns trabalhadores. Na manhã deste sábado, 6, mais de 500 pessoas tentavam se habilitar aos postos de trabalho abertos com as demissões”, acrescentou.
Setap diz direitos não foram retirados
ÍNTEGRA DA NOTA
A empresa Amazontur vem a público esclarecer que em momento algum está retirando direitos dos trabalhadores, está apenas mudando a forma de pagamento do auxílio-alimentação que passa a ser por meio de cartão magnético. Essa decisão visa justamente proporcionar maior segurança e comodidade aos trabalhadores, evitando manuseio de recurso em espécie e cumprindo com a rubrica que este benefício se propõe, de verba de alimentação.
Está é uma prática comum de mercado, sendo este cartão aceito na grande maioria dos estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios.
A decisão foi previamente comunicada aos trabalhadores e a maioria concordou, por entender que o cartão dá maior segurança e comodidade.
Na sexta-feira, 5, usando como pretexto a medida, dirigentes do Sindicato dos Rodoviários cooptaram trabalhadores para – de forma irresponsável – se ausentarem de seus postos de trabalho, abandonando a frota e seus passageiros, causando transtorno à população. A conduta reprovável gerou a demissão de alguns trabalhadores. Na manhã deste sábado, 6, mais de 500 pessoas tentavam se habilitar aos postos de trabalho abertos com as demissões.
A Amazontur se orgulha de ser uma empresa que recolhe em dia seus encargos bem como paga de forma regular o salário dos trabalhadores, tendo compromisso com a população e com seus colaboradores. Justamente por isso, não se intimidará diante das tentativas do Sincotrap em prejudicar rodoviários e partidarizar as discussões trabalhistas.
