Numa entrevista coletiva por videoconferência que só terminou no início da tarde desta terça-feira (31), o presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), João Guilherme Lages, externou preocupação com os casos de covid-19 no Judiciário, mas disse ser inadequado e perigoso usar o termo “epicentro” para o fato de dois casos terem sido confirmados entre serventuários. Até agora, o Estado concentra 10 casos positivos da doença.
No fim da manhã, o tribunal confirmou que o desembargador Carlos Tork também contraiu a doença. Ele está internado no Hospital São Camilo em isolamento, sem sintomas graves.
Segundo Lages, oito servidores mais próximos foram examinados e até agora nenhum deles testou positivo. O juiz Paulo Madeira, por exemplo, que continua internado, testou H1N1. O presidente também assegurou que não teve qualquer contato com o desembargador Carlos Tork.
“Falei com ele hoje de manhã no grupo da presidência (no WhatsApp) e ele disse que está bem”.
Curado
Sobre sua situação, Lages disse se sentir curado, mas seguindo recomendação médica já decidiu ficar mais uma semana em isolamento por prevenção. Ele está sozinho em um quarto da casa onde mora com a esposa e a filha há mais de duas semanas. Nenhuma delas apresenta sintomas.
“Eu acho que peguei em Brasília. (…) Comecei a me sentir mal três dias depois de ter voltado”. “(…) Não foi fácil. Trabalhei, mas me sentia mal. Conseguia trabalhar até às 15h, depois dormia e só acordava no outro dia”, revelou.
João Lages também informou que depois de ter retornado a Macapá ainda participou de uma reunião no quartel do Exército com militares, representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e outras autoridades. O objetivo era tratar da organização de informações sobre o covid-19.
“Não sei de ninguém dessa reunião que tenha se sentido mal ou que esteja com suspeita”, ressaltou.
Ao afirmar que contraiu a doença numa viagem à Brasília, ele não quis garantir que pegou o covid-19 do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que se recupera da doença em isolamento.
Lages evitou afirmar que tenha contraído a doença do senador Davi Alcolumbre. Foto: Ascom/TJAP
Apoio a medidas
João Guilherme Lages elogiou as medidas que suspenderam atividades econômicas, religiosas e esportivas para reduzir a circulação de pessoas, referindo-se aos decretos do governador Waldez Góes (PDT) e do prefeito de Macapá Clécio Luis (Rede). Ontem (30), o Portal SelesNafes.Com revelou que a tendência é de que o decreto seja reeditado em um novo formato.
“Hoje, a voz de comando é do governador e do prefeito Clécio”, reconheceu.
O presidente elogiou também a reação do Ministério Público e a decisão judicial que proibiu manifestações públicas convocadas pelas redes sociais contra o isolamento e o fechamento do comércio, e opinou sobre a movimentação de advogados que pretende ingressar na justiça contra o decreto.
“O direito à saúde e à vida prepondera sobre qualquer outro direito”.
