Uma das moradoras diz que precisa se mudar quando chega a época da chuva
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RODRIGO INDINHO
Quem dirige ou trafega pelo município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá, precisa ficar atento a alguns problemas frequentes: excesso de buracos e lama nas vias.
Os motoristas reclamam da maioria das ruas da cidade e que alagamentos causados pelas chuvas encobrem os buracos, aumentando ainda mais os riscos de danificar os veículos.
“A situação é precária, não somente dessa rua e sim de 70% das vias de Santana que estão nessa triste condição. Nós, motoristas, vivemos com o veículo na oficina mecânica tendo gastos com peças, já que a prefeitura não faz nada, quem paga é o povo”, desabafou o motorista.
Dona Madalena Almeida: impossível morar na rua interditada. Fotos: Rodrigo Indinho
A costureira Madalena Almeida, de 58 anos, mora na Travessa 20, no Bairro Provedor 2, há 9 anos e relata que precisou abandonar a casa por quatro meses e perdeu vários clientes devido a buraqueira na rua em frente sua casa. Ela diz que a água chegou a invadir a residência.
“É a segunda vez que saio de casa no inverno para viver de aluguel, porque foi interditada a rua e não tinha como morar aqui e me sustentar com um lago que se formou dentro dos buracos. A água da rua invadiu minha casa. Já que ninguém olha por nós, a gente tem que dá o nosso jeito para sobreviver”, falou a costureira.
Rua praticamente intrafegável
Elias Ribeiro: nada muda há 22 anos
Na última terça-feira (5), o governo do Estado iniciou um trabalho de recuperação de vias do município. A ação ocorre, inicialmente, em três vias centrais: Ubaldo Figueira (em toda sua extensão), Salvador Diniz e Avenida Santana, que recebem serviços de manutenção, recuperação com recapeamento e operação de tapa-buracos.
Enquanto a ação não se estende para outros bairros, a lama e a buraqueira continuam em bairros como o Nova União. Segundo os moradores, o problema com buracos e lama se repete em todo período chuvoso. O trânsito pesado e intenso de veículos agrava ainda mais a situação precária da pavimentação da via.
Motorista desabafa: vive com o carro na oficina
“Tenho 39 anos, moro neste local desde os 17 e sempre foi assim com lama. Mas agora tá pior, aqui a gente vive que nem porco no meio da lama, esquecidos por esses governantes. Agara tem essas máquinas aí que vivem paradas, espero que eles melhorem e não piorem a situação da rua”, disse o pedreiro Elias Ribeiro da Silva.
Em alguns pontos da cidade existem algumas máquinas que servem para a recuperação das vias, mas no momento da reportagem não estavam em funcionamento.
A prefeitura de Santana disse em nota que fez um levantamento sobre as obras necessárias no município, e que, os serviços já foram realizados em alguns trechos e devem continuar pelos próximos dias com o apoio do governo do Amapá.
