Edna Teixeira da Silva, de 49 anos, mora e trabalha em Macapá há mais de 20 anos. Ela agora quer reencontrar a família, que é do interior do Pará
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Por RODRIGO ÍNDIO
Com uma vida sofrida, uma mulher procura familiares que não vê há mais de quatro décadas. A auxiliar de serviços gerais Edna Teixeira da Silva chegou, há mais de 20 anos, sozinha ao Amapá, onde só tem a companhia do marido.
Aos 49 anos de idade, ela voltou a sonhar em abraçar seus irmãos novamente, e pedir perdão para seu pai e sua mãe. O portal SelesNafes.com conversou com essa paraense trabalhadora, que mesmo após ser ‘calejada’ pela vida ainda tem esperança de viver dias melhores ao lado de familiares.
Após o divórcio dos pais, Edna foi morar com a avó materna, aos 8 anos de idade. Fotos: Rodrigo Índio/SN
Edna é da cidade de São Miguel do Guamá, interior do Pará, a 150 km da capital, Belém. Quando estava entre a infância e a adolescência, a família inteira se dispersou. Cada um dos cinco irmãos foi para uma cidade diferente e agora ela não consegue localizar nenhum parente.
Desde então, nunca mais viu a mãe Maria Oneide Teixeira da Silva, e o pai João Rodrigues Teixeira da Silva. Mesmo depois de tanto tempo e décadas de saudade, Edna não esquece os nomes completos dos irmãos: Reginaldo Teixeira da Silva, Erivaldo Teixeira da Silva, Edinaldo Trindade da Silva, Edileuza Teixeira da Silva e Maria Benedita Teixeira da Silva.
As mãos calejadas de mais de 30 anos de serviços auxiliares e domésticos
Ela não sabe se os pais ainda estão vivos. A última vez que teve notícias de um familiar, há alguns anos, foi de sua mãe. A genitora morava na cidade de Paragominas, a 306 km de Belém.
História
Após o divórcio dos pais, Edna foi morar com a avó materna, aos 8 anos de idade. Quando fez 14 anos foi “entregue” para um casal de aposentados na cidade de Belém, com a promessa de que teria uma vida melhor, com escola, roupas e comida. Mas, a adolescente ficou por quatro anos nos afazeres domésticos do casal.
Apesar da vida sofrida, Edna mantém a esperança e é uma pessoa amorosa
Aos 18 anos, decidiu sair da residência da família “adotiva”, alegando que retornaria para sua cidade natal, São Miguel, já que não teve nada do que foi prometido.
“Fiquei numa praça no centro de Belém sem saber que rumo tomar, já que não tinha dinheiro. Uma mulher me ofereceu um emprego. Por necessidade, aceitei. Foram os piores momentos da minha vida, fiquei por anos sofrendo com essa patroa, mas tinha que trabalhar”, lamenta Edna.
Aos 49 anos de idade, ela voltou a sonhar em abraçar seus irmãos novamente, e pedir perdão para seu pai e sua mãe
Pouco antes dos anos 2000, ela chegou a Macapá, a convite de sua comadre, já falecida, que era sua única amiga no Amapá. Atualmente, Edna é casada, mora no bairro Perpétuo Socorro e vive a esperança de voltar a ver sua família biológica.
“O que sei é que tenho cinco irmãos. Nunca mais voltei lá pela falta de condições. Mas quero encontrar minha família, é meu sonho porque família é tudo na vida da gente”, disse, emocionada.
Edna: “Quero tanto pedir perdão pro meu pai e pra minha mãe, dar um abraço e dizer que lhes amo, sinto que estão vivos”
Em datas comemorativas, como o natal, ela sofre muito. Ela enfatiza que também que quer pedir perdão aos pais assim que vê-los.
“Já fui muito rebelde e hoje sou uma nova pessoa. Quero tanto pedir perdão pro meu pai e pra minha mãe, dar um abraço e dizer que lhes amo, sinto que estão vivos. Tenho certeza que minhas lágrimas de tristeza se tornarão momentos de alegria. Tenho fé em Deus. Quem puder, me ajude para que essa mensagem chegue até eles”, solicitou.
“Tenho fé em Deus. Quem puder, me ajude para que essa mensagem chegue até eles”
Quem souber de alguma informação que possa dar pistas de familiares de Edna, pode entrar em contato através do número (96) 98808-0279. Quem também tiver interesse em colaborar para a viagem de Edna de volta a São Miguel pode mandar mensagem em seu WhatsApp.
