Militar teria ido atrás da ex-companheira duas vezes na madrugada
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Por RODRIGO ÍNDIO
Um sargento da ativa da Polícia Militar foi preso, na manhã desta sexta-feira (12), acusado de invadir uma UPA e ameaçar a ex-companheira. O militar foi identificado como Ery da Silva Lobato, 52 anos, atualmente lotado no 8° BPM.
Segundo o delegado Tito Guimarães Neto, da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM), a vítima informou que a ocorrência de violência doméstica começou ainda na madrugada. O PM teria ido procurar a técnica em enfermagem, Kelly Oliveira, na UPA da Zona Sul, onde ela trabalha, com uma arma de fogo.
Delegado Tito Guimarães Neto: policial teria feito ameaças a ex-companheira e a servidores da UPA. Fotos: Rodrigo Índio/SN
Lá, Ery teria feito ameaças para todos os funcionários. Após confusão com o vigilante, e de apontar a arma para a ex e rendê-la, ele deixou a arma cair e fugiu. Kelly Oliveira, que fez questão de ser identificada na reportagem, levou a arma para a DCCM, por volta de 4h da manhã.
“Foi feita uma medida protetiva, mas foi para o juizado para análise do juiz”, disse o delegado Tito.
Após a denúncia, a vítima retornou para casa, no bairro Jardim Marco Zero, e foi surpreendida por Ery Lobato que lhe aguardava com uma faca em punho. Ainda segundo a versão da vítima, o militar derrubou o portão com sua moto e tentou esfaqueá-la.
Defesa do policial nega acusações e diz que ele teria tentando conversar sobre pendências financeiras com a técnica em enfermagem
O irmão da técnica em enfermagem se envolveu na confusão e todos se lesionaram. Ery Lobato acabou imobilizado pelo irmão e outros familiares da ex. A PM então foi acionada e o militar foi detido e apresentado na delegacia por volta de 7h da manhã. Antes de chegar à DCCM, ele ainda teria tentado fugir e chegou a sair da viatura.
“Ele foi conduzido para cá, no caminho as viaturas vinham com muita velocidade, mas eles [vitima e familiares] vinham atrás também e a guarnição chegou a parar próximo ao Ministério Público e eles [Kelly e familiares] viram quando a porta abriu e ele [acusado] tinha saído, mas a outra guarnição o pegou”, detalhou o delegado.
O delegado Tito Guimarães ficou de ouvir as partes ao longo do dia. Ele não arbitrou fiança ao militar pela dinâmica do caso.
Ery Lobato vai ser autuado por lesão corporal e ameaça. O casal teria tido o relacionamento de 6 anos e estaria separado há 10 meses. Kelly Oliveira diz que o policial não aceita o fim do relacionamento.
Defesa
O advogado de defesa Marcelo Lisboa disse que Ery Lobato nega as acusações e que é a verdadeira vítima no caso.
“O que ele queria na verdade era conversar sobre algumas pendências financeiras que haviam com sua ex-companheira e foi agredido pelos irmãos dela. Jamais, em momento algum, quis machucar ou ferir alguém”, disse o advogado.
Na delegacia, a família do PM diz que na verdade é Kelly Oliveira quem persegue a vida de Ery Lobato.
