SELES NAFES Quando decidiu suspender a carreira na odontologia para se dedicar à política, Beth Pelaes (MDB), a atual prefeita de Pedra Branca do Amapari, município a 189 quilômetros de Macapá, não tinha como imaginar que menos de dois anos depois estaria sendo sondada por grandes e diferentes grupos políticos para disputar a eleição estadual.
Apontada como uma das responsáveis pelo processo de recuperação da economia da cidade que quase chegou a quebrar com a crise do ferro, ela é vista como potencial candidata à vice-governadora por vários candidatos ao governo. A definição, no entanto, é uma equação cheia de variáveis.
Com apenas 34 anos, a prefeita Beth Pelaes é sobrinha da secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes, que também é pré-candidata ao Senado pelo MDB. Fátima continua aliada de primeira hora do governador Waldez Góes (PDT), pré-candidato à reeleição.
Beth Pelaes: decisão era de Fátima. Fotos: Seles Nafes
Outro fator interveniente é o comando do MDB, que ainda está nas mãos de Gilvam Borges, também pré-candidato ao Senado, e que não está nada disposto a facilitar as coisas para Fátima. Por isso, tanto ela quanto a sobrinha poderão mudar de legenda até o dia 7 de abril, prazo final definido na legislação eleitoral. Beth Pelaes desmente os boatos de que já tenha aceitado algum convite.
Você chegou a ser convidada para ser vice do Davi Alcolumbre?
Houve o convite do senador Davi, e minha resposta foi que eu precisava conversar com a Fátima Pelaes que é a liderança do nosso grupo político.
Passa por ela a decisão?
Sim, ela que vai decidir
E o que ela tem dito?
Estamos conversando muito. Ontem ficamos até tarde conversando, e vendo o que é melhor para o Estado e onde vamos encaixar o nosso grupo. Existem grupos que estão muito cheios.
Depende também da parceria entre ela e o Waldez?
Ela continua muito próxima do governador e está conversando com ele. Temos também uma conversa marcada com o senador Capi (PSB).
Aos 34 anos, Beth Pelaes é sondada por vários grupos
Qual você acha que é a intenção do senador Capiberibe?
Vamos conversar o futuro do Amapá.
E o que você pessoalmente quer?
Quero o que for melhor pro nosso Estado que tem potenciais enormes, como um porto que geograficamente tem tudo para dar certo. Temos que qualificar nossas crianças e melhorar o sistema de saúde com hospitais lotados. Se a gente não se unir, não avançaremos. Por isso, temos que ter calma para decidir.
Mas sair da prefeitura de Pedra Branca do Amapari no meio da missão dada pelo povo de lá não seria complicado para a cidade?
Pedra Branca avançou bastante, faço um convite para você ir lá. Todas as unidades de saúde estão abastecidas com medicamentos e equipamentos. Quase todas têm desfibrilador e conseguimos até um tomógrafo. Seremos a única cidade com um tomógrafo. Avançamos na educação com a especialização de 100% dos professores, nossa crianças têm carteira de saúde para ver a deficiência de cálcio para que a nutricionista faça o balanceamento da merenda escolar. Doamos os uniformes e mochilas a todas as crianças. Se eu me afastar para ser vice-governadora, o cidadão de Pedra Branca pode ter certeza que vai ganhar muito mais, assim como o restante do Estado.
Conversa agendada também com Capiberibe, do PSB
Como foi possível recuperar a economia de Pedra Branca?
Na gestão passada o dinheiro não circulava e os empregos não eram gerados lá. A mineradora (Beadell) contratou 4 empresas grandes que estão contratando cada vez mais pessoas, e isso vai aquecendo a economia. Nossos salários (dos servidores) são pagos em dia, e a nossa folha de pagamento é de R$ 2 milhões. Professor efetivo ganha mais de R$ 8,5 mil (topo da carreira). É o maior salário de professor no Amapá. Pedra Branca é a terceira arrecadação do Estado, só perdendo para Macapá e Santana.
Você acha que o pior momento de Pedra Branca já passou?
