Produtora chegou a sugerir novos eventos como ressarcimento, mas grupo quer o dinheiro de volta
Compartilhamentos
RODRIGO INDINHO
O cancelamento da festa de réveillon, que seria realizada pela produtora “Bloco das Puras”, ainda traz problemas aos consumidores que compraram os ingressos. Eles dizem que após 16 dias, a produção do evento ainda não fez o ressarcimento de valores.
A programação aconteceria das 21h do dia 31 de dezembro às 6h do dia 1° de Janeiro, na Associação dos Magistrados do Estado do Amapá, no Bairro Universidade, na zona sul de Macapá. Os consumidores relatam que o evento foi cancelado porque a organização não tinha os alvarás necessários para que a festa pudesse ser realizada.
Um vídeo mostra a festa sendo cancelada pela polícia. Assista:
Como forma de reembolso para 826 pessoas, a produtora chegou a promover duas novas festas. Mas boa parte das pessoas lesadas não querem mais participar de programações e cobram a devolução dinheiro.
Cimara Souza Teixeira: prejuízo de R$ 480 com amigas Fotos: reprodução
A estudante Cimara Souza Teixeira, de 26 anos, comprou junto com as amigas quatro ingressos para a área “Front Premium Open Bar”, o que totalizou o valor de R$ 480. Ela chegou a fazer uma postagem numa rede social cobrando seus direitos, e conta que ficou constrangida com o acontecimento.
“A polícia parou tudo pela falta de documentação, é lamentável, a gente se programa e acontece isso. Me senti indignada com a situação. Como que uma produtora vai realizar uma festa e esquece dos documentos? E agora fica enrolando pra fazer o reembolso. Eles dizem que quem quiser ir em novos eventos que vá, quem não quiser, que espere até o mês setembro. Isso é desrespeitoso”, informou Cimara.
Um grupo de Whatsapp foi criado somente com pessoas que querem o reembolso. Uma comissão representativa com algumas pessoas combinou de entrar com uma ação em conjunto contra a produtora, mas segundo o Procon, não seria possível pela necessidade de ter que haver mais pessoas.
Polícia interdita local da festa
“Já que eles estão enrolando para nos pagar, entramos na justiça. Foi aberto um processo para cada um de nós que entrou com a ação. Algumas audiências foram marcadas para o dia 28 desse mês no fórum. Só queremos o que é nosso por direito”, disse uma das pessoas que entrou com ação, mas que não será identificada pra não atrapalhar o processo.
Produtora Bloco das Puras
Em sua página no Facebook, o Bloco das Puras divulgou no dia 1° de Janeiro um esclarecimento.
“O bloco das puras vem a público esclarecer o ocorrido no evento VIRAPURAS2019. O cancelamento foi em razão da má prestação de serviços por parte de nossos colaboradores que veio a descumprir cláusulas contratuais, e prejudicando a realização do evento.
Entretanto, já está sendo objeto de análise uma solução para que ninguém fique prejudicado, e sempre primando em ofertar aos nossos clientes os melhores benefícios.
Produtora sugeriu novo evento com pulseira do réveillon que não aconteceu
Pedimos desculpas e compreensão, e que aguardem mais informações ainda esta semana. Nos colocamos à disposição de todos para quaisquer esclarecimentos”, finalizou a nota.
No dia 4 de janeiro, também no Facebook, foi anunciado que seria realizado no mesmo dia o evento #VivaPuras em uma casa de shows como forma de ressarcimento e pedido de desculpas às 826 pessoas que adquiriram os ingressos antecipados para a festa que foi cancelada. A pessoa só teria que apresentar a pulseira do evento #VIRAPURAS2019 e o RG.
Mais de 800 pessoas teriam tido réveillon frustrado
Já no dia 9 de janeiro, a produtora informou que realizaria no dia 11, o evento #BaileDasPuras devido o #VivaPuras não ter alcançado a margem de pessoas que pudessem ressarcir do #ViraPuras2019. Para quem não foi para nenhum dos eventos o bloco disponibilizou um número de contato, e informou que o reembolso será feito por etapas, conforme as condições da produtora.
O portal SelesNafes.com entrou em contato pelo Whatsapp (96) 98112-0029 disponibilizado para as pessoas que desejam reembolso, para solicitar um posicionamento da produtora sobre as denúncias. Mas até esta publicação não houve retorno.
