O policial militar preso neste fim de semana durante uma tentativa de roubo em uma agencia do Correios, no município de Pedra Branca, a 183 km de Macapá, foi delatado como o mentor do crime pelos comparsas. A informação é do comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que junto com a Corregedoria da Polícia Militar (PM), prestou esclarecimentos sobre o caso em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira (6).
A tentativa frustrada de roubo ocorreu na manhã de domingo (5). A quadrilha é composta por pelo menos oito integrantes, dos quais quatro foram presos, dois foram feridos em troca de tiros com o Bope, um morreu e outro teria fugido.
Os membros da quadrilha foram identificados como: Matheus Andrew Moreira Serrão, 23 anos; Júlio César dos Santos Gomes, 23 anos; Ivaldo dos Santos Melo, 36 anos; Douglas Bararuá da Silva, 45 anos; Tarço Santana Barriga, 41 anos e Gerson Picanço Campos, 29 anos, que morreu na troca de tiros.
Com eles, foram apreendidas três armas – uma pistola, um revólver e um rifle, todos com munições – e ferramentas usadas para arrombar a agência e o cofre, como alicates de pressão, cilindros de oxigênio, alicates de pressão e maçaricos. Outros objetos indicam que a quadrilha era especializada: bloqueadores de celulares e outros sinais (para desativar alarmes), radiocomunicadores, celulares digitais e analógicos.
Instrumentos usados em arrombamentos…
… armas e até colete usado pelos criminosos. Fotos: PM-AP/divulgação
Douglas Bararuá da Silva é sargento da Polícia Militar do Amapá. De acordo com o major Kleber Silva, comandante do Bope, os bandidos presos delataram que ele teria não somente planejado, mas também arregimentado os integrantes do bando para a ação criminosa.
“Durante a abordagem e a troca de tiros, ele [Bararuá] gritava a todo tempo: eu sou policial, eu sou policial. Eles [os acusados presos] delataram na delegacia aos policiais que ele [o sargento Bararuá] era o mentor, ele havia trazido os membros ao Amapá para a prática do crime. Essa informação foi repassada ao delegado”, informou o major. Segundo ele, um suspeito, que estava na picape dirigida pelo sargento Bararuá, conseguiu fugir.
Em confronto com o Bope, o sargento Bararuá acabou baleado na perna esquerda. Foto: reprodução
O corregedor geral da PM, coronel Edilelson Madureira, disse que o policial suspeito será submetido ao conselho de ética ainda esta semana e, posteriormente, ao conselho de disciplina, formado por um colegiado que avalia as condições do policial permanecer ou ser expulso da corporação.
“Somente após este procedimento é que nós iremos deliberar pela exclusão ou não do policial. Mas é necessário deixar claro que a instituição não compactua de forma nenhuma com essa prática delituosa”, disse Madureira.
Coronel Edilelson Madureira (Corregedoria da PM) à esquerda e major Kelber (Comando do Bope) à direita: policial preso é acusado de ter arregimentado bando. Foto: Olho de Boto
O policial foi autuado em flagrante e está preso, à disposição da Justiça. Ele já respondeu a sindicâncias internas, mas nenhuma de natureza criminal.
Quatro dos integrantes da quadrilha são oriundos do estado do Pará.
